SIBS: “O nosso sistema de pagamentos é algo que nos deve orgulhar”
O sistema português "é um dos mais avançados do mundo", mas ainda há obstáculos, entre eles a falta de digitalização da população portuguesa, que pode ser combatida com... "simplicidade" e segurança.
O sistema de pagamentos português “é algo que nos deve orgulhar a todos”. Pelo menos é o que diz Madalena Cascais Tomé, CEO da SIBS, e dá um exemplo: “Temos mais de 60 funcionalidades na rede multibanco quando a maior parte dos países tem duas — levantar e consultar”. Mas há um desafio: “Os millennials muito facilmente aderem a estas tecnologias, mas vai demorar tempo até que todos os portugueses tenham esta sofisticação“.
No último painel da conferência NEWmoney, organizada esta segunda-feira pelo ECO no Museu do Dinheiro, a CEO da SIBS sublinhou a inovação do sistema de pagamentos português, que tem estado sempre na linha da frente da inovação. “Há 15 anos, quando ainda não se falava de e-commerce, a SIBS estava a lançar o MBNet”, exemplifica. A grande dificuldade é que ainda existe uma fatia da população portuguesa que não aproveita esta inovação.
Qual o caminho para que mais pessoas utilizem as diferentes funcionalidades e sistemas de pagamento que existem? André Gorjão Costa, CFO dos CTT, cuja rede de pagamentos efetua 60 milhões de pagamentos por ano, afirma que o problema não está na idade dos utilizadores dos sistemas, mas sim na simplicidade dos próprios sistemas. “Também temos uma população envelhecida digitalizada, que gosta dos canais digitais”, afirma André Gorjão Costa. O que importa é criar simplicidade nos sistemas de pagamentos e transferências que permita que qualquer pessoa os use com facilidade.
Também é preciso “eliminar a desconfiança” nestes sistemas, acrescenta o CFO dos CTT. Madalena Cascais Tomé concorda: “Quase 50% dos consumidores online ainda referem a segurança como sendo o fator crítico de sucesso para fazerem essa experimentação” com as novas ferramentas, afirma, e uma forma de incutir maior confiança, para a diretora financeira da SIBS, é usar o “modelo de pagamento em que os portugueses confiam e conhecem”, como a rede e marca Multibanco.
Transferências instantâneas são o futuro
O CEO da EasyPay, uma fintech dedicada às transferências instantâneas, acredita que “daqui a cinco anos” já não vai andar com cartões na carteira. As transferências instantâneas vão ser dominantes, afirma Sebastião Lancastre, embora seja sempre necessário haver uma componente de segurança. “É uma lata descomunal depositar um cheque e dizerem-me que só terei o dinheiro na conta daqui a 48 horas”, brinca Sebastião Lancastre, exemplificando a necessidade de uma maior imediaticidade nesta área.
“Ao nível dos valores mobiliários nós temos uma iniciativa em blockchain para a desmaterialização”, afirma o CEO da Multicert, uma empresa de que são acionistas a SIBS e os CTT e que cria tecnologia para situações de necessidade de alta segurança. A segurança, para Jorge Alcobia, é essencial. Afinal, “se nós exigimos que os incumbentes cumpram determinados critérios de segurança é preciso exigi-lo aos outros players“, afirma.
Notícia corrigida às 16.30: Madalena Cascais Tomé é CEO da SIBS, não diretora financeira como se lia anteriormente. André Gorjão Costa é CFO dos CTT.
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