Concorrente da Estoril-Sol acusa Governo de “cumplicidade” na concessão dos casinos

Poucas horas depois de o grupo Estoril-Sol ter anunciado a assinatura do contrato de concessão que lhe dará o exclusivo da exploração dos casinos de Lisboa e Estoril, a concorrente Bidluck veio dizer que está “incrédula com a cumplicidade entre o Governo e a Estoril-Sol“.

Em comunicado, a empresa adianta que apresentou uma nova providência cautelar, “desta feita para suspender a execução do contrato” assinado entre as partes, válido até 31 de dezembro de 2037.

A Bidluck já tinha avançado para tribunal para contestar a decisão do júri do concurso de excluir a proposta inicial devido à “alegada falta de viabilidade construtiva do terreno apresentado para substituir o imóvel do Casino de Lisboa”, explica em comunicado. O negócio foi então entregue ao grupo Estoril-Sol, que tinha oferecido menos cerca de 20 milhões de euros.

Ao assinar agora o contrato, o Governo quis tentar “criar uma situação de facto consumado”, reclama, falando em “mais um fator de desacreditação deste processo”, iniciado no verão com o lançamento do concurso, com um prazo de apenas 30 dias.

A empresa, que apresentou uma proposta superior à da Estoril-Sol, esclarece ainda que “a validade da exclusão da Bidluck não foi ainda objeto de decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa”, pelo que considera “estranha esta súbita e incomum diligência do Governo em salvaguardar a posição de um dos concorrentes”.