BPI com lucros 365 milhões em 2022. Vai pagar dividendo de 285 milhões

A atividade em Portugal contribuiu com 235 milhões de euros. Margem financeira disparou 20% para 548 milhões. Banco prepara dividendo de 284 milhões para Caixabank.

O BPI registou lucros de 365 milhões de euros em 2022, uma subida de 19% em relação ao ano anterior. E anunciou que pretende pagar dividendos de 284 milhões de euros (quase mais 100 milhões do que no ano passado) ao dono espanhol, o Caixabank.

A atividade em Portugal deu 235 milhões, mais 31% face a 2021. Daqui a proposta de dividendo é de 65% do resultado, detalhou o CEO João Pedro Oliveira e Costa na apresentação dos resultados. Já as participações no angolano BFA e no moçambicano BCI tiveram contributos de 96 milhões de euros e 34 milhões para o resultado consolidado, respetivamente. Os resultados dos negócios africanos seguem todos para Espanha. A proposta de dividendo ainda vai ser levada a assembleia geral de acionistas.

Oliveira e Costa fala em bom “dinamismo comercial” no ano passado e os números da operação demonstram isso mesmo. A margem financeira disparou 20% para 548 milhões de euros, beneficiando a subida das taxas de juro (sobretudo no último trimestre), mas também dos volumes de crédito concedido. Por outro lado, já devolveu quase todos os empréstimos TLTRO ao BCE, restando 400 milhões que serão amortizados até junho.

Já as comissões subiram 3% para 296 milhões, face À “maior penetração das contas pacote, que tem vários serviços associados”, segundo o CEO. Com isto, o produto bancário atingiu os 873 milhões, subindo 14% em termos anuais.

O BPI diz ter conquistado quota no mercado de crédito (11,5%), apesar da inversão de tendência de subida registada na segunda metade do ano. Oliveira e Costa adiantou que 2023 arrancou a “seguir a mesma linha”: “Estamos a assistir a um abrandamento da procura e concretização do crédito”. Em janeiro é normal, mas continua a abrandar face ao mesmo período do ano anterior”.

A carteira de empréstimos aumentou 6% para 29,2 milhões de euros, com o segmento da habitação a subir 8% para 14,2 mil milhões.

Nos depósitos, os clientes têm depositados no banco 30,3 mil milhões de euros, um aumento de 5%. O banco promete subir os juros dos depósitos em “breve”. Os recursos totais atingem os 40 mil milhões.

“Interesse nenhum em executar casas”

Sobre os processos de renegociação de contratos da casa, Oliveira e Costa espera que a situação venha “agudizar” para as famílias. Até ao momento 2.000 clientes contactaram o banco para baixar a prestação ao abrigo das novas regras. Destes, 500 já tiveram os seus processos de renegociação fechados com o banco. As soluções passam geralmente por uma extensão do prazo do contrato ou carência de capital e/ou juros.

“O banco não tem interesse nenhum em executar as casas”, disse o gestor, assegurando que o banco está preparado para um aumento da procura de pedidos e para um eventual aumento do nível de incumprimento.

(Notícia atualizada às 13h24)

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