Powell antecipa mais aumentos de juros num processo que será “turbulento”

O presidente da Fed admite que a inflação está a abrandar mas tendência ainda não se verifica em todos os setores.

O presidente da Reserva Federal dos EUA admite que a “desinflação” já está em curso mas não em todos os setores da economia, pelo que o processo será “turbulento”, num discurso no The Economic Club of Washington, D.C. Jerome Powell antecipa também mais aumentos das taxas de juro para levar a inflação mais próxima da meta de 2%.

“Antecipamos que os aumentos das taxas em curso vão ser apropriados”, reitera o chairman da Fed. Powell explica que apesar do processo de desinflação ter começado, nomeadamente no setor de bens, ainda é necessário utilizar os instrumentos para que seja uma descida sustentada.

Há cerca de “56% da economia onde não se está a ver desinflação e isso vai demorar algum tempo”, destaca, particularmente no setor dos serviços (excluindo a habitação). “Vamos ter de manter juros a um nível restritivo por um certo tempo”, alerta.

Questionado sobre a meta de 2%, Jerome Powell assegura que o valor não vai mudar: “Estamos a usar instrumentos para chegar lá, esperamos que 2023 seja ano de declínio significativo da inflação”. Mesmo assim, a inflação subjacente, que exclui os produtos mais voláteis, está nos 4,4%, pelo que o abrandamento “vai demorar”, não decorrendo apenas este ano mas também no próximo.

Quanto à resiliência do mercado laboral, o presidente da Fed admite que “a maior parte dos analistas diria que para descer inflação, na história há algum abrandamento nas condições do mercado laboral”. “Mas este ciclo é diferente e confundiu tentativas de prever”, contrapõe, pelo que o impacto pode ser diminuído.

No início de fevereiro, a Reserva Federal norte-americana reduziu pela segunda vez consecutiva o ritmo de subida das taxa de juro do dólar, aumentando a Fed Funds em apenas 25 pontos base para o intervalo de 4,5%-4,75%.

Apesar do alerta de que as subidas de juros iriam continuar, os mercados reagiram bem à reafirmação de Powell de que a desinflação tinha começado. O Dow Jones estava no vermelho e inverteu a tendência para ganhar 0,4% e o S&P 500 sobe 0,8%.

(Notícia atualizada às 18h20)

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