Meloni satisfeita com “mudança de abordagem” europeia à imigração após cimeira

  • Lusa
  • 10 Fevereiro 2023

A primeira-ministra italiana considerou ainda que fez bem em criticar Macron, por este ter conduzido em Paris uma "cimeira tripartida inoportuna" com Scholz e Zelensky.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, declarou-se esta sexta-feira satisfeita com o resultado da cimeira de líderes da União Europeia (UE) de quinta-feira, saudando a “mudança de abordagem” na questão da imigração.

Estou muito satisfeita na questão dos migrantes. [Na quinta-feira] estabeleceu-se um princípio, mudando para uma abordagem muito diferente da dos anos mais recentes, escrita preto no branco numa frase que nunca se tinha conseguido escrever: ‘a imigração é um problema da União Europeia e precisa de uma resposta da União Europeia‘”, afirmou Meloni em conferência de imprensa.

A Itália argumenta que devido à sua posição geográfica, no centro do Mediterrâneo, é sobrecarregada pelo sistema europeu de concessão de asilo, porque têm que ser as autoridades do país de chegada a processar os pedidos de asilo.

Na cimeira de Bruxelas, os líderes europeus concordaram na necessidade de prestar mais atenção, controlar e proteger a fronteira externa da União, reconhecendo a natureza particular da fronteira marítima do território italiano, por onde muitos migrantes chegam.

Itália é abrangida pela chamada rota do Mediterrâneo Central, uma das rotas migratórias mais mortais, que sai da Líbia, Argélia e da Tunísia em direção à Europa, nomeadamente aos territórios italiano e maltês. Meloni considerou ainda que fez bem em criticar o Presidente francês, Emmanuel Macron, por este ter conduzido em Paris uma “cimeira tripartida inoportuna” com o chanceler alemão, Olaf Scholz, e com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

A líder do Governo italiano reiterou que considera o encontro de Paris “politicamente errado”, mas garantiu que os laços com a França “não estão comprometidos”. O vice- primeiro-ministro do Governo italiano e líder do partido de extrema-direita Liga, Matteo Salvini, criticou Macron por “uma certa atitude arrogante”, considerando-a “incompreensível num momento de guerra, em que as matérias-primas aumentaram de preço, em que os chineses têm balões de espionagem em todo o mundo”.

“Não creio que seja uma manifestação de europeísmo, de solidariedade e de perspicácia política”, frisou. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, considerou igualmente que Macron “errou ao não envolver a Itália” no encontro, citando um acordo de reforço das relações bilaterais assinado entre França e Itália em 2021.

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