Sindicatos avisam que mantendo-se “atual comportamento” não haverá acordo com banca
Os bancos mantiveram uma proposta de aumento salarial de 3% e recusaram as propostas sindicais de clausulado. Sindicatos falam em “falta de consideração pelos trabalhadores”.
Os sindicatos da banca e as instituições de crédito ainda não chegaram a um consenso quanto aos aumentos salariais, com as estruturas a adiantarem que, mantendo-se o “atual comportamento”, não haverá acordo nem acesso a incentivos fiscais.
“Nos processos negociais em curso, os sindicatos concordaram em dar prioridade à negociação das tabelas e de todas as cláusulas de expressão pecuniária, deixando para uma segunda fase a discussão de clausulado. Mas as partes ainda estão longe de um acordo – acordo que é necessário caso as IC [Instituições de Crédito] desejem beneficiar dos incentivos fiscais negociados em concertação social”, lê-se num comunicado conjunto do Mais – Sindicato do Setor Financeiro, Sindicato dos Bancários do Centro (SBC) e do Sindicato dos Trabalhadores do Setor Financeiro de Portugal (SBN).
O acordo de Concertação social prevê benefícios para as empresas que negoceiem atualizações salariais de, pelo menos, 5,1%. Segundo o comunicado, as IC mantiveram esta terça-feira uma proposta de aumento salarial de 3% e recusaram as propostas sindicais de clausulado, de acordo com o mesmo documento, o que para os sindicatos demonstra “falta de consideração pelos trabalhadores”.
Os sindicatos dizem que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) alega estar proibida pela tutela de ir além de um aumento de 5,1%, mas as estruturas não aceitam esta posição. A primeira ronda negocial no BCP está agendada para 10 de março e a contraproposta apresentada é de 2,5%, percentagem que os sindicatos já garantiram que não vão aceitar, atendendo aos resultados do banco.
Outras instituições, como o Montepio, ainda não responderam. Algumas instituições financeiras já adiantaram aumentos de 4% para os trabalhadores no ativo, o que os sindicatos classificam como um “ato de gestão”, que exclui reformados.
O Mais, o SBC e o SBN repudiam esta atitude, notando que as instituições de crédito acreditam que os sindicatos vão desistir de lutar por “aumentos dignos”. Contudo, as estruturas sindicais já avisaram que “assim não haverá acordo”, o que é necessário para que as instituições possam aceder aos benefícios fiscais previstos no acordo de concertação social.
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