Direto Estados Unidos prontos para voltar a atacar a Síria “se necessário”

A embaixadora dos EUA na ONU deixou o alerta depois do ataque à base aérea al-Shayrat, de onde se acredita ter partido o ataque com armas químicas, que matou mais de 70 pessoas.

Os Estados Unidos atacaram uma base do regime sírio pela primeira vez desde o começo da guerra civil no país em 2011. Esta madrugada, os norte-americanos lançaram “pelo menos 59 mísseis” contra bases militares do país, segundo as informações divulgadas pela Casa Branca. O objetivo, justificou Donald Trump, foi assegurar a “segurança nacional” dos Estados Unidos e “para a proliferação do uso de armas químicas”.

O ataque tinha vários alvos, incluindo a base aérea al-Shayrat, na província de Homs, de onde se acredita ter partido o ataque com armas químicas, levado a cabo pelo regime de Bashar al-Assad, que matou mais de 70 pessoas. Os mísseis foram lançados de dois navios de guerra norte-americanos, a partir do Mar Mediterrâneo.

O ataque, informou entretanto o governador de Homs, resultou na morte de sete pessoas e feriu outras sete. Talal Barazi diz não esperar que estes números se alterem significativamente. “Acredito que as baixas humanas não são muitas, mas há danos materiais. Esperamos que não haja muitas vítimas e mártires”, disse o governador à televisão libanesa al-Mayadeen.

O Conselho de Segurança das Nações Unidas reuniu ara discutir a questão. A embaixadora norte-americana deixou um alerta: caso seja necessário, os Estados Unidos estão prontos para voltar a atacar. “Estamos prontos para fazer mais, mas esperamos que não seja necessário”, disse Nikki Haley.

Horas depois, voltaram a levantar voos da base aérea que foi alvo do ataque americano.

Defender EUA, impedir armas químicas

Em declarações ao país, depois do ataque, Trump lembrou que, esta terça-feira, o “ditador sírio Bashar al-Assad lançou um horrível ataque com armas químicas sobre civis inocentes”. O ataque à base aérea de Homs foi a resposta dos Estados Unidos.

É do interesse da vital segurança nacional dos Estados Unidos prevenir e impedir a proliferação e uso de armas químicas mortais. Não pode haver discussão sobre o facto de a Síria ter usado armas químicas proibidas, ter violado as suas obrigações relativamente à Convenção das Armas Químicas e ter ignorado os apelos do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos”, justificou o presidente norte-americano.

Trump apelou ainda a “todas as nações civilizadas” para que se juntem aos Estados Unidos e acabem com o “massacre na Síria”, bem como “todo o tipo de terrorismo”.

Relação com Rússia treme, mas não cai

A primeira consequência do ataque poderá ser o agravar das relações dos Estados Unidos com a Rússia. Recorde-se que, na quinta-feira, o governo de Vladimir Putin afirmou que não havia provas de que Assad tivesse usado armas químicas e chegou mesmo a dizer que é “inaceitável fazer uma acusação infundada sem uma investigação detalhada e imparcial”.

Já esta manhã, a Casa Branca adiantou que não procurou a aprovação de Moscovo para avançar com o ataque, mas avisou as autoridades russas previamente. Além disso, não foram atacadas secções da base militar onde se acreditasse que estavam presentes militares russos. O aviso não foi suficiente para merecer a compreensão russa. Vladimir Putin já reagiu ao ataque norte-americano, que classificou de “uma agressão a uma nação soberana”, feita com base num “pretexto inventado”.

Mas as relações não estão cortadas e as autoridades de um e outro país procuram manter o diálogo. Para a próxima semana, está marcada uma visita a Moscovo por parte do secretário de Estado norte-americano Rex Tillerson. A visita deverá manter-se.

“Não penso que isto vá impactar a visita de Tillerson, temos de restaurar o diálogo. Devemos receber Tillerson, trocar pontos de vista e chamar Washington à razão”, disse Leonid Slutsky, responsável russo pelos assuntos internacionais, em declarações aos meios de comunicação russos.

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