EUA reforça trocas comerciais com a UE em 2016
O medo de que Trump possa levar os EUA para o proteccionismo ainda não teve efeitos em 2016. Os Estados Unidos continuam a ser o principal parceiro comercial dos Estados-membros europeus.
Em ano de eleições presidenciais, os Estados Unidos reforçaram a quota de mercado nas trocas comerciais com a União Europeia, consolidando a posição de maior parceiro comercial. Depois de, no início do século, o comércio entre a UE e os EUA ter diminuído significativamente — evolução simultânea a uma subida significativa da China –, as empresas norte-americanas representaram 17,7% das trocas comerciais europeias em 2016, face aos 14,9% da China. A completar a lista de países com maior ligação aos Estados-membros está a Suíça, a Rússia, a Turquia e o Japão, segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Eurostat.
O próprio gabinete de estatística europeu admite que as tendências dos parceiros comerciais, nos últimos anos, não têm seguido um padrão. Desde 2008 que se verificam ligeiras subidas ou descidas, com poucas mudanças. Uma dessas diferenças verificou-se nas trocas comerciais com a Rússia que diminuíram bastante depois de 2014, ano em que ocorreu a crise geopolítica da Crimeia (Ucrânia). Nessa altura, a União Europeia impôs sanções aos russos (que ainda se mantêm), o que tem prejudicado desde então as trocas comerciais com a Rússia. A quota já chegou a ser de 10%, mas está neste momento nos 5,5%.
- Estados Unidos da América: 610 mil milhões de euros, 17,7% da quota das trocas comerciais com a União Europeia;
- China: 515 mil milhões de euros, 14,9%;
- Suíça: 264 mil milhões de euros, 7,6%;
- Rússia: 191 mil milhões de euros, 5,5%;
- Turquia: 145 mil milhões de euros, 4,2%;
- Japão: 125 mil milhões de euros, 3,6%;
Uma tendência óbvia, num período temporal mais vasto, é o ganho de importância por parte das empresas chinesas. Segundo o Eurostat, a quota da China quase triplicou desde 2000, passando dos 5,5% para os 14,9% em 2016. Portugal, no entanto, tem Espanha, França e Alemanha como os principais destinos das exportações, sendo que o mesmo acontece nas importações.
O Reino Unido, que está prestes a entrar no processo de negociação para sair da União Europeia, importa principalmente da Alemanha (representam 14% das importações britânicas), dos Estados Unidos (9%) e da China (9%). O principal destino das exportações britânicas são os Estados Unidos (representam 15% do total das exportações), seguidos da Alemanha (11%) e França (6%). Os britânicos têm das mais reduzidas percentagens, tanto ao nível de exportações como de importações, de exposição ao mercado único europeu, em comparação com os restantes Estados-membros.
O equipamento de transportes e maquinaria foram os bens mais transacionados pela União Europeia, seguido pela categoria de outros bens manufaturados e os químicos. Os combustíveis representam uma pequena parte das exportações dos Estados-membros, mas o mesmo não acontece ao nível das importações onde a percentagem é de 15%.
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