Ford vai cortar mais de 1.000 postos de trabalho em Valência

A reestruturação levada a cabo pela construtora de automóveis norte-americana deverá afetar, sobretudo, a fábrica na cidade de Valência, onde a empresa tem atualmente 5.800 colaboradores.

A Ford vai acabar com 1.100 postos de trabalho em Espanha, anunciou a empresa esta sexta-feira, justificando a decisão através da reorganização da produção que tem na Europa. A reestruturação levada a cabo pela construtora de automóveis norte-americana deverá afetar, sobretudo, a fábrica na cidade de Valência, no leste de Espanha, onde a Ford tem atualmente 5.800 trabalhadores e onde deixarão de ser produzidos dois modelos de carros na marca já a partir de abril.

“A Ford irá trabalhar em conjunto, e construtivamente, com os sindicatos para minimizar o impacto desta decisão na vida dos funcionários, bem como das suas famílias e da comunidade local”, afirmou a porta-voz da empresa, citada pela Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

A central sindical espanhola UGT considera que o número de postos de trabalho cortados, pela sua dimensão, “dificulta um acordo” que garanta que as saídas da empresa sejam 100% voluntárias “através de planos de acompanhamento até à reforma” ou de outro tipo.

“Inicia-se hoje uma negociação mais do que complicada”, referiu, enquanto outros sindicatos que representam trabalhadores consideraram os números anunciados “dramáticos”.

Em meados de fevereiro, a Ford já havia anunciado o corte de 3.800 postos de trabalho na Europa durante os próximos dois anos, 11% da sua mão-de-obra total nesta região, como parte do plano de transição para fabricar apenas veículos elétricos.

“Estas são decisões difíceis, que não são tomadas de ânimo leve. Reconhecemos a incerteza que gera para a nossa equipa e asseguro-lhes que lhes ofereceremos todo o nosso apoio nos próximos meses”, dizia o diretor-geral da Ford Model Europe, Martin Sander, na altura.

A partir de 2030, a Ford quer vender apenas carros elétricos na Europa e deixará de comercializar furgonetas com motor de combustão até 2035.

Cortes de pessoal chegam à indústria automóvel

Ainda na indústria automóvel, a General Motors (GM) é outra das fabricantes norte-americanas que anunciou que vai despedir “algumas centenas” de pessoas. Num esforço para reduzir custos e simplificar operações, a empresa está, agora, a oferecer um programa de saída voluntária à maioria da sua mão-de-obra assalariada e a alguns executivos.

Os funcionários elegíveis — um dos critérios é estar na empresa à, pelo menos, dois anos — que estiverem interessados ​​no programa devem inscrever-se até 24 de março, e abandonar a companhia até 30 de junho. No final do ano passado, a General Motors empregava cerca de 81.000 funcionários em todo o mundo.

A Stellantis, grupo resultante da fusão da Fiat Chrysler Automobiles com a francesa PSA Group, fechou, no final de fevereiro um acordo com os sindicatos para cortar, ainda este ano, até 2.000 trabalhadores, cerca de 4% da força de trabalho, das operações italianas da fabricante automóvel, por meio de saídas voluntárias, noticiou a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Em dezembro, o grupo tinha desativado, indefinidamente, uma fábrica em Illinois, nos Estados Unidos, que emprega cerca de 1.350 trabalhadores, noticiou a CNN (acesso livre, conteúdo em inglês).

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