Função Pública em greve. Saúde, escolas e serviços centrais terão maior impacto

Os trabalhadores da Administração Pública avançam para greve, manifestando-se contra o aumento do custo de vida e pela valorização das carreiras.

Os funcionários públicos estão em greve esta sexta-feira, reivindicando o aumento dos salários e reforço dos serviços públicos. A Frente Comum, que engloba 29 sindicatos, espera uma adesão elevada e admite perturbações “na saúde, nos serviços centrais como a Segurança Social e as Finanças, conservatórios, e também nas escolas”, indica Sebastião Santana ao ECO.

As expectativas para esta greve são “altas: no trabalho de mobilização identificou-se disponibilidade dos trabalhadores para participar” na greve, indica o líder da Frente Comum, pelo que a adesão deve ser “elevada”, nomeadamente entre os 29 sindicatos que “vão todos participar na jornada de luta”.

Em causa estão temas como a “revogação do SIADAP, o reforço dos serviços públicos”, bem como uma manifestação “contra o aumento do custo de vida, pela taxação de lucros e controlo de preços”. São problemas que “afetam todos os portugueses”, com os funcionários públicos a reivindicarem também a valorização das carreiras.

Quanto ao impacto destas greves, Sebastião Santana salienta que “onde haverá mais visibilidade será na saúde, nos serviços centrais como Segurança Social e Finanças, conservatórios, também nas escolas“. “Tudo o que tenha atendimento ao público ou relação mais direta”, resume, ainda que esta greve “ocorra também em sitio sem visibilidade como os serviços internos da Segurança Social, um conjunto de serviços que a população não vê e tem muitos milhares de trabalhadores”.

As escolas serão um dos sítios com mais destaque, nomeadamente depois de já ter realizado várias greves nas últimas semanas. Os professores e educadores juntam-se à greve dos trabalhadores da Administração Pública, como anunciou a Fenprof. A greve não deverá ter serviços mínimos, ainda que a questão esteja a levantar alguma polémica.

Como explica Sebastião Santana, os “avisos prévios para sexta-feira não foram contestados”, pelo que não foram atribuídos serviços mínimos. No entanto, “algumas autarquias e escolas estão a aproveitar o facto de o Stop ter prolongado o aviso prévio até dia 17 e esse sim tem serviços mínimos e estão a tentar impor esses”, aponta.

Para o líder da Frente Comum, esta é uma “atitude ilegal”, sendo que já indicaram às “autarquias do continente de que não podem ser notificados trabalhadores não docentes”. “Estamos a espera que se cumpra lei”, realça, sendo que “caso as entidades obriguem [os serviços mínimos], reservamos o direito de agir em todas as frentes contra atitude”.

A Fenprof também sinaliza que “a intolerância do Ministério da Educação em relação ao direito à greve por parte dos docentes fica bem expressa: o pré-aviso que foi enviado ao ministério também foi apresentado a outros membros do Governo que tutelam áreas da Administração Pública em que há docentes em exercício de funções e não levantou, qualquer deles, o problema que aquele ministério quer levantar”.

A estrutura representativa dos professores defende assim que “quem pretenda aderir à greve convocada pelos Sindicatos da Frente Comum para 17 de março não terá de cumprir quaisquer serviços mínimos”. “Este é um momento importante da luta dos professores, desta feita em convergência com os outros trabalhadores das escolas e de toda a restante Administração Pública“, acrescentam.

Além desta greve, no sábado, dia 18, vai também realizar-se uma manifestação organizada pela CGTP. “A Frente Comum está solidária com a iniciativa da CGTP”, indica o sindicalista, apontando que “vai haver participação grande nessa jornada de dia 18”, pelo que para muitos trabalhadores esta será uma “luta de dois dias”.

A Fenprof já sinalizou que também vai marcar presença. “No dia 18 de março, os professores e os educadores estarão na rua, de novo”, lê-se na nota do sindicato, sendo que “desta vez vão juntar-se à que se prevê ser uma grande manifestação dos trabalhadores de Portugal contra o custo de vida e, em geral, a desvalorização do seu trabalho”.

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