“Empresário exemplar” e “exemplo de capacidade empreendedora”. As reações à morte de Nabeiro

Da esquerda à direita, figuras da política portuguesa elogiam o exemplo de cidadania e o "espírito empreendedor" do fundador da Delta Cafés.

As reações à morte do empresário Rui Nabeiro, aos 91 anos, começaram a chegar. Da esquerda à direita, figuras da política portuguesa elogiam o exemplo de cidadania e o “espírito empreendedor” do fundador da Delta Cafés.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu que o legado de Rui Nabeiro “ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país”, elogiando o “percurso inspirador” e o exemplo de cidadania, humildade e responsabilidade social.

“O legado do Comendador Rui Nabeiro ultrapassa largamente o papel de empresário exemplar, dentro e fora do país. O seu percurso foi inspirador, pela força, energia e sempre o sonho de fazer acontecer”, enalteceu António Costa, numa publicação na rede social Twitter acompanhada de três fotografias, a preto e branco, nas quis o primeiro-ministro aparece com Rui Nabeiro.

António Costa destacou o “exemplo de cidadania e humildade”, mas também de “responsabilidade social e de paixão pela sua terra”, considerando que o empresário, que hoje morreu aos 91 anos, teve “uma vida em prol da comunidade”. “Os meus sentimentos à família, amigos e a todos os campomaiorenses”, afirmou.

O Presidente da República também já reagiu, considerando que Rui Nabeiro “foi um precursor” e que a sua “preocupação social e participação cívica” devem “ser um exemplo e uma inspiração” para os que podem devolver à sociedade.

“O Presidente da República lamenta a morte do empresário Rui Nabeiro e apresenta à família as mais sentidas condolências. Ainda ontem [sábado], ao fim da tarde, o Presidente da República teve a oportunidade de o visitar no hospital”, refere uma nota no sítio oficial da Presidência da República.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “num tempo económica e socialmente desafiante, o exemplo de Rui Nabeiro, na sua preocupação social e participação cívica, com a comunidade e com o país, devem ser um exemplo e uma inspiração para todos quantos podem devolver à sociedade um pouco daquilo que esta lhes deu”.

“Rui Nabeiro foi um precursor, construiu uma marca global, como há poucas no nosso país, mantendo sempre a sede e o coração da sua atividade em Campo Maior, terra onde nasceu e onde deixa um generoso legado”, elogia.

Já o presidente do PSD, Luís Montenegro, recordou hoje Rui Nabeiro como “um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, considerando que o empresário mostrou ser “possível criar riqueza com trabalho e inovação”.

“Rui Nabeiro foi um homem bom, um exemplo de capacidade empreendedora e responsabilidade social”, enalteceu Luís Montenegro, através de uma mensagem na rede social Twitter na qual apresentou “sentidos pêsames” à família do empresário.

Para o líder do PSD, Rui Nabeiro “mostrou que é possível criar riqueza com trabalho e inovação e que, a partir daí, se gera emprego e qualidade salarial”.

 

Quando ao ministro da Economia, considerou que o desaparecimento de Rui Nabeiro, que morreu hoje, marca uma “enorme perda”, destacando a visão estratégia do empresário e a importância que deu à responsabilidade social muito antes de esta entrar no debate.

“Hoje é um dia muito triste para Portugal. O desaparecimento de Rui Nabeiro marca uma perda enorme para o país. É um exemplo de um empresário que desenvolveu uma visão estratégica, que foi capaz de criar riqueza, de disseminar a sua empresa pelos quatro cantos do mundo”, disse à Lusa o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

O governante destacou ainda que Rui Nabeiro “teve a assunção da responsabilidade social”, muito antes de esta se tornar um “mantra dos debates atuais”, com a ligação “profunda não só aos colaboradores, mas também a toda a comunidade envolvente”. Classificando a trajetória do empresário de “extraordinária”, Costa Silva afirmou que se o país tivesse mais homens como Rui Nabeiro, “talvez a economia portuguesa hoje fosse diferente e mais avançada”.

O ministro deixou ainda os seus pêsames à família, defendendo que todos devem lutar para que o “legado extraordinário continue a desenvolver e a prosperar” e manifestando-se convicto de que “nas mãos da sua família isso vai acontecer”.

Reação chegou também do presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considerou hoje que Rui Nabeiro foi “um dos maiores e melhores empresários portugueses” e “muito atento aos direitos dos seus trabalhadores”, recordando o “amor a Portugal e à sua terra”.

“Rui Nabeiro distinguiu-se pelo amor a Portugal e à sua terra de sempre, Campo Maior, que serviu como autarca e cidadão”, referiu Santos Silva numa publicação na rede social Twitter em reação à morte do empresário Rui Nabeiro.

Para o presidente da Assembleia da República, o fundador do Grupo Nabeiro – Delta Cafés “foi um dos maiores e melhores empresários portugueses, muito atento aos direitos dos seus trabalhadores”. “Permanecerá na memória de todos”, enfatizou.

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, também lamentou a morte do empresário Rui Nabeiro, realçando o seu prestígio e “princípios e formas de estar na vida”, que outros deveriam acompanhar. Rui Nabeiro era “uma pessoa muito prestigiada, muito conhecida no país inteiro, até do ponto de internacional e, em particular, nesta região” do Alentejo, disse à agência Lusa o secretário-geral comunista.

A Câmara de Lisboa também deixou uma mensagem de pêsames, com uma publicação onde “lamenta profundamente a morte do Comendador Rui Nabeiro e envia à família e amigos, as mais sentidas condolências”. “Rui Nabeiro foi agraciado com a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa, em 2021”, recordam.

Já a Câmara de Campo Maior (Portalegre) decretou cinco dias de luto municipal pela morte do empresário Rui Nabeiro, considerado um “pai” para as gerações mais recentes daquele concelho, disse à agência Lusa o presidente do município. “Rui Nabeiro é a figura de destaque, é a figura que se pode considerar o pai destas gerações recentes do povo de Campo Maior, é uma referência, uma figura incontornável, é um humanista”, disse Luís Rosinha.

Patrões homenageiam “exemplo de fazer bem”

O presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), António Saraiva, sublinhou hoje que Rui Nabeiro foi um exemplo de fazer bem, cuja dimensão humana deve servir de “farol” a todos. Para António Saraiva, o país viu hoje partir um dos seus melhores empresários, um homem que era “um exemplo de fazer, de fazer bem, de responsabilidade”.

O líder da CIP salientou que, além de ter construído do nada uma empresa de referência nacional e internacional, se destacou pelos valores, princípios e ética. Numa declaração à Lusa, o presidente da CIP referiu-se a Nabeiro como um exemplo de determinação e de visão “porque sempre apontou para três objetivos na atividade empresarial”, que deviam ser seguidos pelo país: dimensão empresarial, inovação e internacionalização.

António Saraiva destacou ainda a dimensão humana de Rui Nabeiro e a forma como era apreciado por todos os colaboradores, pela região onde vivia e mesmo por todo o país e cujo percurso “deve servir de farol, de luz avisadora para outros exemplos que felizmente o país tem”. Confiante de que o neto de Rui Nabeiro continuará a obra do avô, o presidente da CIP acentuou o legado que o empresário deixou e que estava refletido na sua capacidade de aliar a gestão a princípios, valores, ética, humanismo e responsabilidade social.

Já a Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP) enalteceu o “extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação” de Rui Nabeiro, manifestando “grande pesar” pela morte do empresário, aos 91 anos.

“Rui Nabeiro foi um extraordinário exemplo de empreendedorismo, resiliência e inovação. A sua visão e determinação foram cruciais para transformar a Delta Cafés numa marca líder em Portugal e uma referência internacional no setor do café. Ao longo de décadas, liderou a empresa com paixão e dedicação, procurando sempre novas formas de melhorar e expandir o negócio”, referiu a entidade.

Num comunicado enviado às redações, a CCIP considerou que a morte de Rui Nabeiro é “uma perda enorme não apenas para a família, amigos e colaboradores, mas também para a comunidade empresarial portuguesa e para o país como um todo”, recordando ainda a visão do empresário e as suas preocupações sociais ao longo de uma “notável carreira”.

“Foi também um humanista, alguém que colocou o bem-estar dos seus colaboradores, clientes e comunidade no centro da sua atividade. Conhecido pela generosidade e sensibilidade social, deixa um legado de responsabilidade e compromisso social que será sempre lembrado”, assinalou a CCIP, que enviou “sinceras condolências” à família Nabeiro e aos trabalhadores das suas empresas.

Legado do empresário vai perdurar durante várias gerações, diz CEO da Sonae

A presidente executiva do grupo Sonae, Cláudia Azevedo, acredita que o legado de Rui Nabeiro irá perdurar durante várias gerações, considerando que o nome do empresário estará sempre ligado à preocupação na criação de valor social.

Numa declaração escrita enviada à agência Lusa, Cláudia Azevedo manifestou, em nome pessoal e da Sonae, às condolências à família do empresário de Rio Maior, que morreu hoje aos 91 anos. “Apesar do desaparecimento do Homem, estou certa de que o seu legado perdurará durante várias gerações”, afirma.

A empresária recorda que “durante muitos anos” o grupo contou com a presença de Rui Nabeiro na abertura de centenas das suas lojas, “comprovando a generosidade que sempre teve para com a Sonae”. “O seu nome estará para sempre ligado a um dos grandes empresários nacionais e a uma grande preocupação na criação de valor social”, salientou.

(Notícia em atualização)

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