UBS compra o Credit Suisse por mais de três mil milhões

Acionistas do Credit Suisse vão receber uma ação do UBS por cada 22,48 ações do banco que é agora absorvido. Autoridades esperam conclusão do negócio até ao final de 2023.

Too big to fail“. É esta a explicação para um fim de semana louco, depois de uma semana que fez desaparecer 2,5 mil milhões de euros de valor do Credit Suisse em bolsa. O UBS chegou a acordo para a compra do Credit Suisse por um valor superior a três mil milhões de euros, uma solução de emergência entre privados, mas sem passar pela aprovação dos respetivos acionistas, com suporte de linhas de liquidez e de ‘back stop’ das autoridades públicas, para evitar uma crise de liquidez já no início da semana e uma falência desordenada.

Assim, o acordo entre os dois maiores bancos da Suíça foi anunciado em conferência de Imprensa neste domingo à noite e será cotado a uma fração do preço de fecho do Credit Suisse na sexta-feira. Isto depois de uma semana de turbulência que “limpou” 2,5 mil milhões de francos suíços ao valor da instituição na bolsa.

Em conferência de Imprensa alargada, já ao final do dia de domingo, foram anunciados os detalhes da operação de ‘take over’ do Credit Suisse pelo banco suíço rival, o UBS, o que vai acabar por criar um banco ainda maior do que aqueles que existiam. Foi a fórmula possível para evitar uma bancarrota, sem uma solução de resgate público, o conhecido ‘bailout’.

O Banco Nacional Suíço concordou em oferecer uma linha de liquidez de até 100 mil milhões de euros ao UBS como parte do acordo, confirmaram na conferência de Imprensa, depois da notícia avançada pelo FT. Além disse, o próprio Governo suíço aceitou conceder uma garantia de cerca de nove mil milhões de euros para cobrir potenciais perdas de créditos do Credit Suisse.

De acordo com a informação prestada nesta conferência de Imprensa, Ralph Hamers vai ser o presidente executivo do banco combinado UBS/Credit Suisse, e também ficou claro que não poderá haver distribuição de dividendos nem atribuição de bónus pelo período de concessão das ajudas públicas sob a forma de linha de liquidez e de garantia a eventuais perdas de crédito.

Credit Suisse afundou 25% numa semana

Fonte: Reuters

O acordo de compra do Credit Suisse pelo UBS já está a merecer reações internacionais, nomeadamente dos EUA, do Banco Central Europeu e do Reino Unido. A secretária de Estado do Tesouro americana, Janet Yellen, afirmou que os EUA recebem este acordo de forma positiva e garante que o sistema financeiro americano tem uma posição sólida. Já a presidente do BCE, Lagarde, elogiou a resposta das autoridades suíças e considerou que estão criadas as condições para restabelecer a estabilidade financeira nos mercados.

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