Jerónimo de Sousa: “A opção do Governo para o Novo Banco é a defendida pelo PSD e CDS”
Jerónimo de Sousa reforçou que os comunistas estão contra a venda do Novo Banco ao Lone Star e defendeu que este é mais um exemplo da "institucionalização de políticas de concentração de capitais."
Jerónimo de Sousa criticou esta segunda-feira o Governo pela solução que escolheu para o Novo Banco, acusando-o de tomar a opção que o PSD e o CDS defendiam. O secretário-geral do PCP prometeu contestação à entrega da instituição financeira ao Lone Star e reforçou que os comunistas só apoiariam a nacionalização.
“O Novo Banco foi entregue a um fundo especulativo americano, com o afastamento do capital público de qualquer papel decisório e o adiamento por 30 anos dos juros devidos pelos bancos” ao Fundo de Resolução, frisou Jerónimo de Sousa, nas jornadas parlamentares do PCP. “Esta é a opção defendida do PSD e CDS”, reforçou Jerónimo, defendendo que é uma solução que “prejudica o país e o povo” e que, por isso, “o PCP rejeita”. O líder dos comunistas prometeu “oposição” a esta opção e garantiu que o Governo só poderá contar com o PCP “para integrar o Novo Banco no setor público.”
Para Jerónimo de Sousa, a solução escolhida para o Novo Banco é, aliás, mais um exemplo da “institucionalização das políticas de concentração de capitais” promovidas pela União Europeia.
"O investimento em relação ao PIB é o mais baixo desde a década de 50 do século passado, já não repõe a degradação do aparelho produtivo. (…)Os excedentes das contas nacionais refletem sobretudo a contenção das importações, com a contenção do consumo.”
O secretário-geral do PCP aproveitou para deixar avisos sobre o futuro: lembrou que “Portugal beneficia de fatores que não controla e que não estão garantidos”, como é o caso das “baixas taxas de juro”, do “programa do Banco Central Europeu” e de um afluxo de “turistas desviados de outros países”.
Sublinhou que neste momento o “investimento em relação ao PIB é o mais baixo desde a década de 50 do século passado” e que “já não repõe a degradação do aparelho produtivo” e alertou para o aprofundamento do “défice tecnológico”. Mais: “Os excedentes das contas nacionais refletem sobretudo a contenção das importações, com a contenção do consumo”, argumentou.
Para combater esta situação o PCP pede uma “política para aumentar a produção” e que Portugal resista ao “rolo compressor da União Europeia”, afirmando a sua “soberania”. Defende a “concretização da obra hidroagrícola do Baixo Mondego”, pede uma política que inverta a “injusta distribuição do rendimento nacional” e que promova o “investimento para inovação, investigação, grandes projetos produtivos, apoiar as pequenas e médias empresas”. Jerónimo defendeu que é preciso aproximar os preços da energia elétrica, do gás natural e dos combustíveis à média da União Europeia.
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