Mais de metade das empresas prevê reforçar I&D. Mais de 75% têm dificuldades em contratar

Mais de 80% das empresas consideram necessário simplificar a adesão a incentivos e benefícios fiscais para fomentar a I&D e a inovação em Portugal.

Mais de metade das empresas portuguesas (64,3%) perspetiva o crescimento das suas estruturas dedicadas às áreas de inovação e desenvolvimento (I&D). Contudo, apesar de terem sido criados incentivos e benefícios fiscais para apoiar a I&D e a inovação em Portugal, onde se inclui o apoio às despesas com recursos humanos, a contratação destes perfis recorre na grande maioria dos casos (83%) a uma componente de financiamento por fundos próprios das empresas. Além disso, mais de 75% das empresas declaram ter dificuldades em contratar colaboradores para a área TIC e pessoal técnico, concluiu um estudo elaborado pelo FIGroup Portugal, LLYC e ManpowerGroup.

“Na análise desta maior dependência por fundos próprios, no suporte às contratações, 60,2% das entidades identificam lacunas no sistema de incentivos e benefícios em vigor, com 98,8% das empresas a afirmar ter sugestões de melhoria ao atual modelo de apoios à I&D e inovação em Portugal”, pode ler-se em comunicado.

Apesar das empresas valorizarem a criação destes apoios e reconhecerem a importância dos benefícios e incentivos à I&D e inovação, acreditam que o sistema em vigor carece de melhorias. Entre as sugestões apontadas, verifica-se um consenso no que toca à necessidade de simplificar a adesão a estes mecanismos, com 82,5% das empresas a indicar que uma menor burocracia facilitaria e estimularia a adesão das empresas aos apoios em causa.

Outra das propostas, sugerida por cerca de metade dos inquiridos, tem a ver com taxas de financiamento e comparticipação maiores (49,1%), dando maior relevo a estes instrumentos para que possam motivar de forma expressiva o arranque de mais projetos, e fomentar o crescimento no número de contratações de cada empresa. O estudo revela que, em 40,5% dos casos, o valor de apoio recebido no ano passado não ultrapassou os 100.000 euros e apenas 12,8% das empresas inquiridas receberam um incentivo ou benefício superior a 500.000 euros.

Os resultados do estudo evidenciaram ainda que uma significativa parcela das entidades acabou por não recorrer a estes apoios e incentivos — cerca de metade das empresas inquiridas (45,0%) — justificando a não adesão a estes instrumentos por desconhecerem a forma para os colocar em prática, ou por não os conhecerem suficientemente bem. Uma grande parte destas empresas reconhece ainda que o número de perfis altamente qualificados seria maior caso tivessem acedido aos incentivos e benefícios (88,3%).

Perfis mais procurados

Os perfis mais cobiçados dizem respeito a profissionais das áreas de engenharia (56,1%) e tecnologias de informação (55,6%), perfis onde a competição pela atração e retenção de talento é mais feroz. Mais de 75% das empresas declaram ter dificuldades em contratar colaboradores para a área TIC e pessoal técnico.

Relativamente aos principais obstáculos à contratação destes perfis, as questões salariais e benefícios oferecidos (59,8%), assim como a ausência de perfis adequados para as posições disponíveis (55,6%), são as dificuldades mais apontadas pelo tecido empresarial. Destaca-se ainda que, embora exista uma perceção geral de que os incentivos/benefícios são necessários para apoiar o recrutamento de profissionais para I&D e inovação (86,0%), observa-se uma proporção menor de entidades a concordar que estes apoios têm influência na previsão de contratação (60,8%).

O estudo realizado pelo FI Group Portugal, LLYC e ManpowerGroup inquiriu 171 entidades do tecido empresarial português, acerca da contratação de recursos humanos através dos apoios à I&D e inovação.

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