PSD chama ex-gestores, acionistas e advogados da TAP à comissão inquérito
A lista final dos sociais-democratas tem um total de 43 nomes para serem ouvidos na comissão de inquérito, incluindo ex-gestores e os assessores jurídicos da TAP e de Alexandra Reis.
O PSD apresentou uma lista final com 43 nomes para serem ouvidos na comissão parlamentar de inquérito à tutela pública da gestão da TAP, incluindo os advogados que assessoraram a TAP e Alexandra Reis no acordo de saída da antiga administradora executiva da companhia, antigos gestores da companhia e acionistas. Os partidos tinham até esta segunda-feira para submeter os pedidos.
A lista enviada ao presidente da comissão parlamentar de inquérito, Jorge Seguro Sanches, pede que seja ouvida, “com caráter prioritário e de urgência” a ainda CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener. Mas também antigos presidentes executivos da companhia aérea, como Fernando Pinto e Antonoaldo Neves, ou administradores financeiros, como Rafael Quintas e João Weber Gameiro, que saiu poucos meses depois de ocupar o cargo.
O PSD chama também os ex-acionistas privados: Humberto Pedrosa e David Neeleman, este último o protagonista do polémico negócio de compra de aviões à Airbus, que esteve na origem dos fundos que usou para capitalizar a transportadora na privatização em 2015, já no segundo Governo de Passos Coelho.
Os sociais-democratas querem também questionar os advogados que estiveram evolvidos nas negociações do acordo de saída da antiga administradora Alexandra Reis da TAP: César Esteves, da SRS Legal, que assessorou a TAP, bem como a equipa da Morais Leitão que acompanhou Alexandra Reis nas negociações da renúncia por mútuo acordo.
Stéphanie Sá Silva, ex-diretora Jurídica da TAP e mulher de Fernando Medina, está também na lista. Assim como “a responsável pelo departamento jurídico da TAP” na sua ausência, uma vez que Stéphanie Sá Silva estava fora em licença na altura em que decorreram as negociações com Alexandra Reis e já não voltou à companhia.
O rol, assinado pelo coordenador do grupo parlamentar do PSD na CPI, Paulo Moniz, inclui também nomes da tutela atual, como Fernando Medina e João Galamba, mas sobretudo antigos titulares, como João Leão, Pedro Nuno Santos, Hugo Mendes (ex-secretário de Estado das Infraestruturas) ou Miguel Cruz (ex-secretário de Estado do Tesouro).
Na lista dos sociais-democratas está ainda Luís Laginha de Sousa, presidente da CMVM, a Inspeção-Geral de Finanças, a auditora PwC e a Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia.
Os partidos tinham até esta segunda-feira para enviar as suas listas finais de nomes para as audições, depois de consultarem os documentos solicitados às várias entidades, dos ministérios à TAP. Os deputados da comissão parlamentar de inquérito acordaram votar na reunião ordinária de amanhã, quarta-feira, a lista final de personalidades a ouvir. Terão também de decidir a ordem pela qual serão chamadas.
A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.
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