Banco central de Angola diz que “é muito cedo” para saber desfecho do Banco Económico
A "fase em que estamos é para corrigir. Ainda é muito cedo para chegar a uma conclusão sobre um desfecho da situação do banco”, disse o administrador do Banco Nacional de Angola.
Um administrador do Banco Nacional de Angola (BNA) disse esta terça-feira que “ainda é muito cedo” para saber qual será o desfecho do Banco Económico, que se encontra atualmente numa “fase de intervenção corretiva”, sem descartar a possibilidade de encerrar.
Pedro Castro e Silva, que falava em conferência de imprensa, após a reunião do Comité de Política Monetária do BNA, afirmou que o regulador continua a acompanhar o plano de recapitalização do Banco Económico (ex-Banco Espírito Santo Angola), depois do ex-presidente-executivo, Carlos Duarte, ter renunciado ao cargo na semana passada.
“Mais importante do que a saída do presidente-executivo, é que rapidamente o conselho de administração e os acionistas identificaram um substituto, felizmente um membro da comissão executiva, o que significa que conhece o plano de reestruturação, fazendo com que não haja qualquer interrupção no plano”, sublinhou Castro e Silva.
O escolhido para ser o novo presidente-executivo do Banco Económico, na sequência da renúncia de Carlos Duarte, que invocou “motivos pessoais”, foi Victor Cardoso. “Este plano de recapitalização está em curso e o objetivo principal é dotar o banco de mais liquidez. Este é o foco neste momento, estamos a acompanhar a implementação deste plano que assenta na recuperação dos níveis de liquidez”, prosseguiu o administrador do BNA.
Questionado sobre se o Banco Económico corre risco de fechar, Pedro Castro e Silva foi evasivo, mas não colocou a hipótese de parte, dizendo que o BNA atua em três fases – intervenção corretiva, administração provisória e resolução – encontrando-se atualmente na primeira. “Esta fase em que estamos é para corrigir. Ainda é muito cedo para chegar a uma conclusão sobre um desfecho da situação do banco”, disse.
Desde outubro que o Banco Económico angolano passou a ser detido exclusivamente pelo Fundo de Capital de Risco de Subscrição Particular, integrado pelos maiores depositantes. Esta entidade é supervisionada pela Comissão do Mercado de Capitais e integra em exclusivo os depositantes que voluntariamente aderiram à iniciativa de recapitalização.
Segundo o Expansão, são 40 os depositantes que aderiram ao acordo que permite utilizar 65% dos depósitos para recapitalizar o banco, criado na sequência da falência do Banco Espírito Santo Angola (BESA), em 2014. Questionado sobre se todos os bancos do sistema financeiro angolano cumpriram a obrigatoriedade imposta pelo regulador de aumentar para 15 mil milhões de kwanzas o seu capital social mínimo, Pedro Castro e Silva afirmou que há “um ou dois casos que estão a ser acompanhados”, sem especificar.
O Banco Nacional de Angola aumentou, em outubro do ano passado, a exigência de capital mínimo dos bancos para 15 mil milhões de kwanzas (cerca de 35 milhões de euros), o dobro do estabelecido anteriormente. As instituições financeiras têm um prazo de 12 meses para cumprir a medida, segundo o aviso n.º 17/22 do regulador da banca angolana.
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