Repsol investe 400 milhões de euros na reflorestação de até dez mil hectares em Portugal

  • Lusa
  • 14 Abril 2023

Governo considera que projeto da petrolífera, Motor Verde, vai contribuir para estabelecer o mercado voluntário de créditos de carbono.

Os ministros da Economia e do Ambiente consideram que o projeto da petrolífera Repsol ‘Motor Verde’, que para já prevê reflorestar entre a cinco a dez mil hectares, vai contribuir para estabelecer o mercado voluntário de créditos de carbono.

Na apresentação do projeto ‘Motor Verde + Floresta’, no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, o ministro da Economia e do Mar, António Costa e Silva, disse que este projeto pode atrair para investimentos na floresta portuguesa empresas internacionais interessadas em compensar emissões de carbono.

“Este projeto insere-se no mecanismo aprovado pelo Governo de estabelecer em Portugal um mercado voluntário de créditos de carbono. Será uma das primeiras experiências e um exponenciador deste desenvolvimento“, afirmou Costa e Silva.

Pelo seu lado, o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, considerou que este é “um projeto transformador do espaço rural português” e um “projeto estrutural na floresta” e que contribuirá para Portugal atingir a meta da neutralidade carbónica em 2050.

Duarte Cordeiro saudou o projeto da Repsol e disse que é sempre difícil para um ministro do Ambiente estar ligado a uma petrolífera, mas que sem mobilizar os setores mais poluentes não será possível fazer a transição energética.

Sobre a criação em Portugal do mercado voluntário de créditos de carbono, Duarte Cordeiro disse que tal é muito importante mas que, ao mesmo tempo, “Portugal vai aumentar a sua ambição na redução de emissões de carbono“.

Ambos os governantes consideraram ainda que o projeto irá ajudar a fixar pessoas em zonas mais despovoadas ao estimular a economia local.

Já o presidente da Repsol, Antonio Brufau, disse que, para já, o projeto vai reflorestar entre cinco a 10 mil hectares, num investimento de cerca de 40 milhões de euros, e que no futuro pode chegar a 100 mil hectares (com cerca de 90 milhões de árvores e capturando 25 milhões de toneladas de carbono) e a um investimento de 400 milhões de euros e criação de 15 a 20 mil novos empregos.

O projeto ‘Motor Verde’ já existe em Espanha, uma iniciativa da Fundación Repsol, reflorestando terras queimadas ou baldias e criando bosques para compensar as emissões de CO2, araindo empresas interessadas em compensar a sua pegada de carbono.

O protocolo de colaboração entre o Governo português e a Repsol sobre o projeto ‘Motor Verde +Floresta’ foi hoje assinado, no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, entre o ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o presidente da Repsol, Antonio Brufau.

Em 26 de janeiro, o Governo aprovou o decreto-lei que cria e promove o desenvolvimento de um mercado voluntário de carbono de âmbito nacional, tendo estado em consulta pública até esta semana (11 de abril).

Em janeiro na Assembleia da República, o ministro do Ambiente e da Ação Climática explicou que o mercado se baseia em projetos de redução de emissões de gases com efeito de estufa e sequestro de carbono “que contribuam para o cumprimento dos compromissos nacionais, comunitários e internacionais assumidos por Portugal”, e a medida vai contribuir para a mitigação das alterações climáticas.

Duarte Cordeiro adiantou também que numa fase inicial o Mercado Voluntário de Carbono vai dar prioridade a projetos de sequestro florestal de carbono, em especial nas áreas florestais ardidas e nas áreas prioritárias previstas nos Programas de Ordenamento e Gestão da Paisagem.

O mercado de carbono consiste na criação de créditos ou licenças que são pagos pelas empresas para compensar as suas emissões de carbono.

Esta semana, a associação ambientalista Zero considerou que o mercado voluntário de carbono não pode substituir o objetivo principal de reduzir emissões de gases com efeito de estufa (GEE) na fonte e que os mecanismos de escrutínio têm de ser mais robustos e que os efeitos do projeto têm de ter pelo menos uma duração de 100 anos.

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