Quatro em cada dez portugueses estão insatisfeitos a nível financeiro
Inquérito do INE revela que 39,3% dos portugueses consideravam "baixo" o seu nível de satisfação com a situação financeira do agregado familiar. Só 12,8% tinham uma "satisfação elevada".
Em 2022, os portugueses estavam ligeiramente menos satisfeitos “com a vida em geral” em relação ao ano anterior. Ainda assim, de acordo com o inquérito às “Condições de Vida e Rendimento”, divulgado esta sexta-feira pelo INE, entre os aspetos tidos em conta, as relações pessoais foram as que mais satisfizeram os portugueses, enquanto “a situação financeira do agregado familiar foi o aspeto menos positivo”: mais de um terço aponta que este é “baixo” e apenas 12,8% tinha uma “satisfação elevada” neste particular.
Numa escala de 0 a 10, em que 0 significa “nada satisfeito” e 10 significa “totalmente satisfeito”, a média da “satisfação com a vida em geral” dos portugueses foi de 7, o que significa uma ligeira diminuição face aos 7,1 alcançados em 2021, mas acima dos 6,8 registados em 2018. Segundo os dados divulgados, mais de metade dos inquiridos (58,5%) apontam como “médio” o seu nível de “satisfação com a vida em geral”, 21,6% como “baixo” e os restantes 19,9% como “elevado”.
Ainda assim, “a confiança nas pessoas” (sem considerar amigos e familiares) continuou a melhorar, passando de 5,2 em 2018 para 5,6 em 2022. Neste cenário, 46,1% dos portugueses apontam que o seu nível de confiança nas pessoas é “baixo”, 47,2% como “médio” e apenas 6,7% diz ser “elevado”.
Para avaliar a “satisfação com a vida em geral” dos portugueses, o gabinete de estatísticas teve em conta vários indicadores, nomeadamente as “relações pessoais”, a “a situação financeira do agregado familiar” e o “tempo livre disponível”. Neste âmbito, “as relações pessoais foram, em média, as que mais satisfizeram a população com 16 ou mais anos (8,2), enquanto a situação financeira do agregado familiar foi o aspeto menos positivo, com uma satisfação média de 6″, sublinha o INE. Já a média da satisfação com “o tempo livre disponível” foi de 7.
Nível de satisfação dos portugueses com a situação financeira do agregado familiar
Neste âmbito, e tendo como referência os seguintes parâmetros: nível baixo (0-5), médio (6-8) e elevado (9-10), “39,3% das pessoas com 16 ou mais anos consideravam baixo o seu nível de satisfação com a situação financeira do agregado e apenas 12,8% tinham uma satisfação elevada”, aponta o INE.
O INE acrescenta ainda que “a percentagem de pessoas com uma avaliação média ou elevada da situação financeira do agregado era mais baixa nos grupos etários mais elevados, representando menos de 60% a partir dos 50 anos”. O ano passado foi marcado por uma escalada dos preços — com a taxa de inflação média anual a fixar-se em 7,8% em 2022, o valor mais elevado desde 1992 –, que culminou na perda de poder de compra para muitas famílias.
Os dados divulgados esta sexta-feira mostram ainda, que, tendencialmente, quanto mais velhos são os inquiridos, mais baixo é o seu nível de satisfação com “a vida em geral”. Se, por exemplo, em 2022 a média dos 16 aos 24 anos era de 7,6, nos 35 aos 49 anos a avaliação encolhe para 7,4 e a partir dos 75 anos era de 6,5.
Por outro lado, a satisfação aumenta quanto maior é o nível de escolaridade dos inquiridos: portugueses com apenas o ensino básico tinham no ano passado, em média, um nível de satisfação com a vida em geral de 6,6; a média dos inquiridos com ensino secundário ou pós secundário era de 7,3; já para os portugueses com ensino superior subia para 7,6.
“Os homens perspetivam a sua vida em geral com níveis de satisfação mais elevados do que as mulheres: 21,3% referiram um grau de satisfação elevado, superior em 2,6 pontos percentuais (p.p) à percentagem de 18,7% no caso das mulheres, e apenas 19,1% referiram um baixo nível de satisfação, menos 4,8 p.p. do que a percentagem no caso das mulheres (23,9%)”, nota ainda o gabinete de estatísticas.
Já no que concerne às condições perante o trabalho, no ano passado os portugueses empregados diziam estar mais satisfeitos “com a vida em geral” do que os desempregados ou reformados. Se a 21,5% dos inquiridos empregados apontavam que o seu nível de satisfação com a vida em geral era “elevado”, nos reformados apenas 16,5% referia o mesmo, ao passo que nos desempregados a fasquia baixava para 11,5%.
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