Medina rejubila com hat-trick de boas notícias económicas
Ministro diz que o Governo responde com certezas às incertezas da conjuntura internacional: a economia cresceu mais que o esperado, a confiança continua a aumentar e a inflação tem abrandado.
A partir de Estocolmo, ao fim de uma manhã recheada de dados económicos, o ministro das Finanças enalteceu os indicadores “crescentemente positivos” sobre a evolução da economia portuguesa, dizendo que “às incertezas” da conjuntura internacional, o Governo responde com “certezas na frente interna”.
Em concreto, Fernando Medina referia-se a “três notícias” que descreveu como bastante positivas para o país. Primeiro, que a economia cresceu 1,6% no primeiro trimestre, em comparação com o último trimestre de 2022, ficando no topo do pódio da Zona Euro e superando “largamente as expectativas de todos os observadores”. Depois, que a inflação terá travado a fundo em abril, de 7,4% para 5,7%. A terceira notícia tinha sido conhecida no dia anterior, nomeadamente a melhoria da confiança dos consumidores e do sentimento económico.
Referindo-se às contas nacionais trimestrais, Medina disse que o crescimento “foi o maior da Zona Euro, que cresceu só 0,1%”. “Um crescimento acima do esperado pela generalidade dos observadores e que assenta, sobretudo, no crescimento das exportações. Isto é um crescimento que demonstrou a capacidade [das exportações] de compensar o abrandamento da procura interna”, apontou, em declarações transmitidas pela RTP3.
Sobre a conjuntura económica, o ministro destacou a “melhoria dos indicadores de confiança das famílias e das empresas”. “Os indicadores de confiança das famílias crescem pelo quinto mês consecutivo, estão no valor mais alto desde maio do ano passado. Melhoram no que é a avaliação da situação económica do país, mas também a evolução da sua própria situação económica e financeira. O mesmo relativamente às empresas, onde os indicadores de sentimento económico mostram indicadores crescentemente positivos”, sublinhou.
Numa terceira nota, sobre a evolução dos preços, Medina indicou que a inflação “prossegue a trajetória de descida desde o pico de outubro do ano passado”. “Acentua agora a sua descida, que acontece nas várias categorias de produtos, que tem a ver com os produtos energéticos, também já nos próprios bens alimentares, com uma descida importante e no momento em que a generalidade dos bens utilizados para analisar o indicador da inflação não incluem aqueles que foram sujeitos ao ‘IVA zero’. Portanto, os efeitos do IVA zero só serão sentidos na avaliação da inflação do próximo mês de maio”, recordou.
O que nós hoje temos como certo é que a economia está a crescer, a inflação está a cair, as pensões estão a aumentar (…).
Perante este hat-trick de boas notícias económicas, o ministro das Finanças falou em “indicadores particularmente importantes e significativos” e garantiu que o Governo está focado “no que é fundamental”, nomeadamente “a vida das famílias”, com “apoios sempre nos momentos certos” e “dirigidos àqueles que mais necessitam”.
O último recado, à saída da reunião do Eurogrupo, foi exclusivamente político: “Às incertezas que o tempo e a conjuntura internacional nos trazem, temos sempre respondido com certezas na frente interna. O que hoje temos como certo é que a economia está a crescer, a inflação está a cair, as pensões estão a aumentar, temos como certo que as contas estão certas e vão continuar certas e temos como certo que continuaremos focados nos portugueses e nas necessidades das famílias em cada conjuntura e que permitem hoje apresentar estes resultados”, apontou.
Mas se as exportações ajudaram ao brilharete do crescimento económico, outra notícia conhecida esta sexta-feira destoou das demais. Como o ECO noticiou, com base na última estimativa do Instituto Nacional de Estatística, as exportações abrandaram pelo terceiro trimestre consecutivo no início deste ano.
Medina critica fugas de informação “seletivas” sobre a TAP
Os jornalistas aproveitaram a ocasião para instar Medina a comentar as informações que vieram a público provenientes da comissão de inquérito à TAP, nomeadamente que o ministro das Infraestruturas, João Galamba, autorizou a então CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, a participar na controversa reunião com o grupo parlamentar do PS, antes de uma audição, num encontro onde terão sido acordadas as perguntas que seriam feitas à gestora e as respostas desta.
“Não me quero pronunciar sobre fugas de informação seletivas de documentação entregue à comissão de inquérito, aliás pelo Governo. Reafirmo só o que sempre disse desde o início sobre este processo: a base de toda a fundamentação relativamente à administração da TAP está descrita nos seus factos, na sua argumentação jurídica, no relatório da Inspeção-Geral de Finanças”, respondeu o ministro.
Fernando Medina também não quis comentar a manchete do Jornal de Notícias desta sexta-feira, que o acusa de ter escondido durante cinco meses um “parecer crítico” relacionado com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR): “Não quero comentar a adjetivação que um órgão de comunicação social faz.”
(Notícia atualizada pela última vez às 12h32)
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