Ondas de calor e pouca água no solo. Abril foi o quarto mês mais quente e o terceiro mais seco em 92 anos
Além de ter sido o quarto mês mais quente em 92 anos, "abril, águas mil" foi o terceiro mais seco desde 1931, tendo sido marcado por três ondas de calor e fraca precipitação.
O mês de abril ficou marcado por sucessivas ondas de calor, fraca precipitação e por uma diminuição “muito significativa” da percentagem de água no solo em todo o território.
De acordo com o boletim climático do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), divulgado esta quarta-feira, abril foi o quarto mês mais quente em 92 anos, tendo sido registado nesse mês a temperatura máxima do ar mais alta desde 1931. Segundo o IPMA, o valor médio da temperatura do ar atingiu os 23,77 graus Celsius, 5.59 graus Celsius acima do valor normal.
O boletim do IPMA vem assim contrariar o ditado popular “abril, águas mil”, revelando que este mês foi também o terceiro mais seco desde 1931, altura em que se registou uma precipitação total de 18.2 milímetros que corresponde a 23% do valor normal.
Este fenómeno contribuiu para uma diminuição “muito significativa” da percentagem de água no solo em todo o território. As regiões do Nordeste Transmontano, vale do Tejo, Baixo Alentejo e Algarve acumularam valores de percentagem de água no solo inferiores a 10%.
Nesse mês, a intensidade e os níveis de seca meteorológica tiveram “um aumento significativo”, sendo destacada a região Nordeste na classe de seca moderada e na região sul os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro nas classes de seca severa a extrema. No final de abril 89% do território estava em seca, com 34% nas classes de seca severa e extrema. No entanto, esta semana, o Ministério da Agricultura já veio alertar que esta última percentagem situava-se atualmente nos 40%, alertando, desta forma, para “impactos fortes” no setor agrícola.
O mês de abril ficou também caracterizado por três ondas de calor que afetaram várias regiões em ocasiões diferentes, nomeadamente, no interior Norte e Centro, vale do Tejo e Alentejo e sotavento Algarvio.
“De referir que as ondas de calor são muito frequentes nos meses de primavera”, aponta o IPMA relembrando a onda de calor “de grande duração” ocorrida em abril de 2017.
Bruxelas preocupada com situação “extremamente grave” no sul da Europa
A Comissão Europeia está a acompanhar de perto a situação da seca no sul da Europa, incluindo Portugal, e que considera “particularmente grave”, nomeadamente para os agricultores, disse hoje fonte europeia à Lusa.
“A seca severa no sul da Europa é particularmente preocupante, não apenas para os agricultores, mas também porque pode contribuir para a subida dos preços no consumidor, já muito elevados, se a produção da União Europeia for significativamente inferior”, segundo a fonte europeia.
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