Luís Testa será o relator da segunda comissão de inquérito à CGD
O PS prepara-se para propor novamente um deputado socialista para ser relator da segunda comissão parlamentar de inquérito. Luís Moreira Testa é o escolhido e vai a votação já esta quinta-feira.
O deputado Luís Moreira Testa vai ser indicado pelo Partido Socialista para ser o relator da nova comissão de inquérito (CPI) à atuação do Governo na nomeação e na demissão da administração de António Domingues. A votação para a designação do relator da segunda CPI à Caixa Geral de Depósitos realiza-se esta quinta-feira. O coordenador dos socialistas na CPI, João Paulo Correia, em entrevista ao ECO, manteve a posição do PS de não pedir, para já, nenhuma requerimento de documentos ou audições até o desenrolar dos trabalhos.
Na primeira comissão de inquérito à CGD — que está com os trabalhos suspensos até dia 4 de maio — o PS propôs o nome do deputado socialista Carlos Pereira para relator, tendo contado com o apoio do Bloco de Esquerda e do Partido Comunista Português para a aprovação do nome. O mesmo deverá acontecer esta quinta-feira quando a nova comissão votar o nome de Luís Moreira Testa, dado que os partidos à esquerda juntos têm a maioria dos votos contra um nome sugerido pelo PSD e CDS. Depois da votação, caberá ao presidente da comissão, o deputado social-democrata José Aguiar Branco, dar posse a Testa.
Luís Moreira Testa será assim responsável por escrever o relatório com as conclusões dos trabalhadores da segunda comissão de inquérito à CGD, pedida de forma potestativa pelo PSD e CDS. Em entrevista ao ECO, João Paulo Correia defendeu novamente que esta comissão “foi criada pelo PSD/CDS como mais uma tentativa da direita de criar sessões de ‘porradismo político’ para preencher a agenda política por falta de agenda política propriamente dita da direita”.
Por isso, diz que o PS “fará o seu trabalho como é obrigatório face ao objeto da comissão de inquérito” mas que aguardará numa primeira fase mais desenvolvimentos da comissão. “Achamos prudente esperar pelas propostas de requerimentos por parte do PSD/CDS. Depois nós iremos avaliar tempo a tempo a necessidade de propor audições e recolher prova documental“, explica.
Contudo, deixa uma certeza: caso António Domingues volte a enviar a correspondência trocada com Mário Centeno (não inclui as SMS’s) como fez para a primeira comissão de inquérito, o PS já admite que esses documentos possam ser usados. “É evidente que se o Dr. António Domingues enviar novamente essa documentação, da forma como eu conheço, esta faz parte do objeto da segunda comissão parlamentar“, admitiu João Paulo Correia.
O coordenador do PS nas duas comissões de inquérito relacionadas com a Caixa não deixa de criticar novamente o PSD e o CDS por terem criado uma nova, ainda que reconheça que não está “destituída de legitimidade”. “Esta comissão de inquérito tem a particularidade de na sua epígrafe, no seu nome, de ter o nome de um cidadão, ex-presidente da CGD“, refere, o que “leva a acreditar que o única intuito para criar esta CPI foi mesmo ser uma comissão dos sms trocados”.
“Julgo que isso é uma forma de fazer política pouco apreciada na opinião pública“, critica, argumentando que “não foi exatamente para isso que foram criadas as CPI”. As expectativas dos socialistas para esta nova comissão são, por isso, baixas. “O debate e a inquirição na CPI vai ser feita ao nível do que é que um disse ao outro e do que é que a pessoa que vai ser ouvida sabe e ouviu das conversas que um manteve com o outro”, conclui.
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