Economia portuguesa passa de défice a excedente externo no primeiro trimestre

Depois de um défice externo em 2022, a economia portuguesa conseguiu registar capacidade de financiamento no primeiro trimestre deste ano.

A economia portuguesa passou de um défice externo no primeiro trimestre de 2022 para um excedente no início deste ano, de 996 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta segunda-feira. Teve assim capacidade de financiamento, no arranque de 2023.

O excedente externo de 996 milhões de euros compara com um défice de 1.540 milhões de euros no período homólogo. Durante o ano passado, o saldo das balanças corrente e de capital foi sempre negativo.

Já em março de 2023, “o saldo das balanças corrente e de capital foi de 515 milhões de euros, o que corresponde a um aumento de 1241 milhões de euros relativamente ao mesmo mês de 2022”, nota a instituição liderada por Mário Centeno. Nesta rubrica, é de destacar a balança de bens e serviços, que se tornou excedentária, com um saldo de 164 milhões de euros, devido ao crescimento das exportações superior ao das importações.

A capacidade de financiamento da economia portuguesa verificada em março de 2023 “traduziu-se num saldo da balança financeira de 878 milhões de euros”, indica ainda o BdP. Este saldo reflete desenvolvimentos como o aumento de ativos sobre o exterior, mas também uma subida nos depósitos de não residentes em bancos portugueses.

São ainda disponibilizados dados sobre a posição de investimento internacional de Portugal, que passou de -83,9% do PIB (-200,9 mil milhões de euros), no final de 2022, para -81,0% do PIB (-198,3 mil milhões de euros), no final de março de 2023. Este é o valor menos negativo desde o terceiro trimestre de 2006, atingido com o contributo de fatores como a apreciação do ouro monetário e a variação positiva dos ativos líquidos sobre o exterior.

Já a dívida externa líquida de Portugal passou de 68,1% do PIB (162,9 mil milhões de euros), no final de 2022, para 64,6% (158,1 mil milhões de euros), no primeiro trimestre de 2023, o rácio mais baixo observado desde setembro de 2007.

É de recordar que apesar de arrancar o ano numa nota positiva, Portugal terminou 2022 com um défice externo de 1,1 mil milhões de euros, o equivalente a 0,5% do PIB. “Excluindo o ano de 2020, em que se verificou um valor marginalmente negativo do saldo, a economia portuguesa já não apresentava necessidades de financiamento desde 2011”, referiu na altura o Banco de Portugal.

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