Primeiro-ministro pede “sentido de Estado” e diz que recebeu perguntas do PSD pela comunicação social
O primeiro-ministro diz que papel do seu gabinete na ação do SIS "não tem mistério" e considera que está a ser desvalorizada a relevância da quebra de segurança com documentos confidenciais.
António Costa afirmou esta quinta-feira que não há mistério sobre a sua ação e do seu secretário de Estado Adjunto na ação do SIS na noite dos incidentes no Ministério das Infraestruturas e pediu “sentido de Estado” à oposição. Disse ainda que respondeu ao PSD da mesma forma que recebeu as perguntas: pela comunicação social.
“Desde o dia 1 de maio à noite, quando prestei declarações à RTP, deixei muito claro que ninguém acionou o SIS, ninguém deu instruções o SIS, ninguém deu orientações ao SIS. Já se sabe a história toda”, afirmou o primeiro-ministro à margem da European Political Commmunity Summit, na Moldávia. “Eu não percebo porque querem fazer mistério de coisas que não têm mistério”, afirmou.
O primeiro-ministro repetiu a resposta dada nas perguntas feitas na quarta-feira pelo PSD, dizendo que foi a chefe de gabinete de João Galamba que, por sua iniciativa, contactou o serviços de informação, sem intervenção sua ou do seu secretário de Estado Adjunto, António Mendonça Mendes. “Fez exatamente o que devia fazer quando há uma quebra de segurança sobre documentos classificados”.
“Uma coisa é o combate político da oposição ao Governo e já sabemos que dizem mal de tudo o que o Governo faça e o contrário se o Governo não fizer. Mas convém preservar as instituições e ter o mínimo de sentido de Estado”, atirou António Costa, fazendo pontaria à oposição.
“Há uma coisa que me surpreende um pouco que é a forma como em Portugal de repente se desvaloriza a relevância da quebra de segurança de documentos classificados. Todos nos lembramos de como recentemente o Presidente dos EUA foi alvo de uma investigação porque tinha documentos classificados numa casa de férias ou de fim de semana”, acrescentou.
O primeiro-ministro foi ainda confrontado com a acusação de Luís Montenegro, líder do PSD, de que as respostas não chegaram ainda ao Parlamento apesar de já estarem na comunicação social, considerando um “estilo quase provocatório” da parte do gabinete de António Costa. “Falta de respeito era não ter respondido às perguntas. Eu respondi exatamente pela mesma via em que recebi as perguntas. Recebi pela comunicação social, respondi pela mesma via”, retorquiu.
“Dizem-me até, mas eu não quero acreditar, que o PSD não tinha ainda formalizado as perguntas junto da Assembleia da República”, atirou.
O grupo parlamentar do PSD entregou na quarta-feira um requerimento com 15 perguntas ao primeiro-ministro sobre a sua eventual participação no acionamento do Serviço de informações de Segurança (SIS) para recuperar o computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, na noite de 26 de abril.
O prazo era de 30 dias mas o primeiro-ministro não perdeu tempo a responder às 15 perguntas endereçadas. António Costa afirma nas repostas conhecidas esta quinta-feira que a ação do SIS na recuperação de um computador levado do Ministério das Infraestruturas não envolveu qualquer autorização sua nem resultou de sugestão do seu secretário de Estado Adjunto, Mendonça Mendes.
As respostas, muitas delas curtas, não esclarecem algumas dúvidas, nomeadamente se António Costa falou ou não com o seu secretário de Estado Adjunto sobre a intervenção do SIS na noite dos incidentes no Ministério das Infraestruturas.
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