Subscrição de Certificados de Aforro foi suspensa

  • ECO
  • 2 Junho 2023

Decisão foi tomada numa altura em que este produto financeiro estava a ter elevada adesão do retalho.

Está suspensa a subscrição de Certificados de Aforro. A decisão foi comunicada nesta sexta-feira pelo IGCP através de nota na sua página oficial. A partir de segunda-feira haverá uma nova série de Certificados de Aforro, a série F, com taxas de juro mais baixas, anunciou o Ministério das Finanças.

“A subscrição de Certificados de Aforro (CA) da série E foi suspensa”, assim refere a publicação. Quem tentar agora entrar na plataforma para iniciar um processo já não o consegue fazer.

Informação publicada no site do IGCP a comunicar suspensão da subscrição da série E dos Certificados de Aforro.

A escalada da taxa de juro dos Certificados de Aforro tem sido acompanhada por uma crescente procura por estes títulos por parte dos pequenos investidores. Segundo os últimos dados do Banco de Portugal, entre janeiro e abril, as subscrições líquidas de Certificados de Aforro acumularam quase 11 mil milhões de euros.

Considerando que o stock atual de Certificados de Aforro é de 30,3 mil milhões de euros, significa que mais de um terço deste montante foi subscrito em apenas quatro meses.

A corrida aos Certificados de Aforro tem sido tão grande que o Governo se viu obrigado a rever os limites de endividamento inscritos no Orçamento do Estado. Em despacho, o ministro das Finanças deu autorização ao IGCP para emitir até 16,6 mil milhões de euros em Certificados de Aforro este ano, cerca de 9,6 mil milhões de euros a mais face ao montante inicialmente previsto. No entanto, somente nos quatro primeiros meses do ano, 64% deste montante já foi contratualizado pelos pequenos investidores.

Assim, o fim da atual série poderá indiciar que o “novo” limite estabelecido pelo Governo possa mesmo ter sido batido no mês passado. A acontecer, significa que em maio terá havido a subscrição de quase 6 mil milhões de euros de Certificados de Aforro, quase o dobro do verificado em janeiro – o segundo melhor mês de sempre.

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Em contraciclo ao aumento da procura por Certificados de Aforro têm estado os depósitos bancários. Por serem vistos como concorrentes e continuarem a pagar, em média, muito abaixo dos títulos de dívida do Estado, os depósitos não param de cair.

Se nos primeiros três meses do ano as subscrições líquidas de Certificados de Aforro somaram mais de 9 mil milhões de euros, os bancos viram sair dos seus sofres mais de 7,6 mil milhões de euros que estavam aplicados em depósitos.

No início desta semana, o presidente da Caixa Geral de Depósitos comentou o sucesso deste produto financeiro Para Paulo Macedo, a obrigação da banca é ter oferta com vários produtos “que consigam competir” com os Certificados de Aforro.

Mais crítica foi a posição do presidente do conselho de administração do Banco CTT. No início desta semana, João Moreira Rato defendeu a interrupção, com aviso prévio, da subscrição destes produtos. “Pode-se anunciar ao público que vão ter mais três meses [para subscrever Certificados de Aforro] e que depois, apenas estará disponível um montante mais pequeno, ou então interromper a emissão de Certificados durante três ou quatro meses para reiniciar mais tarde, mas com um aviso prévio”, referiu o antigo presidente do IGCP em entrevista à CNN Portugal.

(Notícia atualizada às 22h23 com mais informação)

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