O futuro do ambiente está nas mãos do talento
43% das empresas nacionais têm objetivos de ESG identificados e 39% estão a fazer planos estratégicos nas áreas ESG compreende, mas apenas 9% declara ter o talento necessário para avançar.
Cinquenta anos volvidos sobre o primeiro Dia Mundial do Meio Ambiente, vale a pena contemplarmos o quanto a consciencialização de governos, empresas, comunidades e indivíduos para a ação ambiental, o impacto social e a boa governança aumentou nas últimas décadas. Sendo o 5 de junho uma das maiores plataformas globais para dar visibilidade às causas que afligem o planeta e todos quantos nele habitam, deve também ser uma efeméride que alerta para os desafios de grande escala com que nos deparamos e dos recursos (humanos) necessários para os ultrapassar.
De acordo com o estudo “The Search for ESG Talent”, desenvolvido pelo ManpowerGroup junto de cerca de 40 mil empregadores de 41 países, mais do que uma aspiração dos trabalhadores, o ESG compreende expectativas muito concretas que pendem sobre as empresas no que diz respeito a avanços significativos nas três áreas que a sigla integra – ambiental, social e de governança. Dos Baby Boomers à Geração Z, o sentido de urgência em propósitos organizacionais alinhados com estas metas atravessa gerações; contudo, são escassos os recursos disponíveis para as endereçar e isso representa um obstáculo à sustentabilidade no futuro.
Segundo o mesmo estudo, no caso português, 43% das empresas têm objetivos de ESG identificados e 39% estão a fazer planos estratégicos nas áreas que o ESG compreende, mas apenas 9% declara ter o talento necessário para avançar. Embora o foco principal dos programas nacionais de ESG tenha estado, maioritariamente, apontado para a vertente social, o ambiente representa hoje uma fatia de 35% nas expectativas de contratação nas três áreas. Mas, como fazê-lo sem incentivar o aumento do green talent?
Em 2020, as empresas da lista Fortune 500 contrataram mais responsáveis de sustentabilidade do que nos três anos anteriores combinados. Não é, pois, de admirar que o desafio da sustentabilidade corporativa pressione cada vez mais o mercado, sendo que uma das respostas em curso é a formação interna em ESG, por via do upskilling de trabalhadores, que passam a acumular responsabilidades novas às funções “originais”.
A surgirem a um ritmo acelerado, os green jobs estão intrinsecamente ligados aos compromissos para com um futuro mais responsável a nível global, razão pela qual têm rapidamente de ser um ativo conquistado pelas organizações. A par de standards consistentes, que responsabilizem os investidores e as administrações das empresas, o ESG precisa de profissionais com as competências para alinharem a capacidade de investimento, com objetivos climáticos e bem social. Deles dependerão os motivos para comemorarmos os próximos dias dedicados ao ambiente.
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