FMI mais pessimista que Governo no crescimento do PIB em 2024
FMI reafirma previsão de crescimento para a economia portuguesa de 2,6% Para 2024, pelo contrário, prevê aumento do PIB em 1,8%, abaixo dos 2% inscritos no Programa de Estabilidade.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reafirmou as perspetivas do crescimento para a economia portuguesa em 2023. A instituição reforçou a previsão de crescimento do PIB nacional em 2,6% neste ano, já feita em maio e que mais do que duplica a previsão feita em abril no relatório World Economic Outlook. O FMI reafirma estar mais confiante do que o próprio Governo português, que no Programa de Estabilidade estimou um aumento do PIB de “apenas” 1,8% em 2023, indica a atualização do Artigo IV divulgada nesta quinta-feira.
No entanto, o FMI está mais pessimista do que o Governo para 2024: prevê um crescimento de 1,8% face aos 2% inscritos no Programa de Estabilidade, enviado em abril para a Comissão Europeia. Mesmo assim, trata-se de uma ligeira revisão em alta face aos 1,7% previstos em abril.
A previsão do FMI para 2024 é igual à feita em maio pela Comissão Europeia e em março pelo Conselho das Finanças Públicas. Mais confiante está o Banco de Portugal, que neste mês antecipou um crescimento da economia de 2,4% no próximo ano. Mais pessimista está a OCDE, que neste mês antecipou que a economia nacional irá subir 1,5% em 2024.
O FMI reforça que a taxa de inflação para 2023 será de 5,6%, acima dos 5,1% previstos pelo Programa de Estabilidade do Governo português. O défice das contas públicas deverá ser de 0,4% e o rácio da dívida pública recuar para os 107,9% face ao PIB.
Análise e sugestões
O Fundo reafirma que “a persistência dos preços elevados da energia”, acompanhados por uma “potencial desaceleração da economia europeia” e um “aperto das condições financeiras – e uma eventual descida do preço das casas” poderão condicionar o crescimento da economia; por outro lado, o turismo e o mercado de trabalho “resiliente” são vistos como forças da economia portuguesa.
A análise do FMI assinala que “medidas de apoio fiscal apenas devem usadas em caso de cenários severos de quebra da economia e de forma temporária”. Caso se trate de um mero abrandamento, “devem ser ativados os estabilizadores automáticos”.
Seguem ainda as sugestões habituais do FMI para reduzir a despesa fiscal e aumentar as receitas do Estado. Do lado da despesa, defendem-se “reformas para contar as pressões com a idade nos sistemas de pensões e de saúde“; nas receitas, propõe-se a “reversão das taxas reduzidas de IVA”, o “regresso das taxas de carbono” e a “melhoria da administração fiscal”, a ser acompanhada por uma simplificação das tabelas de IRS e da “eliminação de distorções fiscais”.
(Notícia atualizada às 15h35 com mais informação)
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