Após Bruxelas e FMI, OCDE também mais que duplica previsão de crescimento de Portugal para 2,5% em 2023

A OCDE salienta que o investimento público e as exportações vão impulsionar o crescimento da economia este ano. Se antes previa um crescimento de 1% do PIB, agora aponta para uma expansão de 2,5%.

São já três as instituições internacionais que duplicaram as previsões de crescimento para a economia portuguesa para este ano. Desta vez foi a OCDE, que passou de uma projeção de 1% do PIB, em novembro, para 2,5% no mais recente Economic Outlook, divulgado esta quarta-feira. Junta-se assim à Comissão Europeia e ao FMI, ficando agora os três com projeções mais otimistas que o Governo, que no Programa de Estabilidade 2023-2027 inscreveu uma previsão de crescimento de 1,8% para o PIB.

A OCDE fez assim uma revisão em alta do crescimento para 2,5% em 2023, abrandando para 1,5% em 2024. Apesar da inflação pesar no consumo privado, as “despesas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), medidas de apoio orçamental no valor de cerca de 3,7% do PIB em 2023 e atividade crescente nos parceiros comerciais, estão a apoiar a atividade”, salienta a OCDE na versão preliminar do Economic Outlook.

Assim, além das exportações, a OCDE vê também o investimento público a impulsionar a atividade económica, ainda que também possa estar a aumentar as “pressões inflacionárias”.

As previsões da OCDE para a inflação são de 5,7% em 2023 e 3,3% em 2024, o que vai levar a uma redução do poder de compra dos agentes económicos e “pesará no crescimento do consumo”. Estas previsões são mais pessimistas do que as do Governo, que no Programa de Estabilidade apontava para uma inflação de 5,1% em 2023 e 2,9% em 2024.

Neste campo, os economistas da OCDE defendem também que “o apoio temporário para amortecer o choque inflacionário deve ser gradualmente eliminado”, um aviso replicado também por outras instituições como o Banco Central Europeu, que apelou a apoios mais direcionados.

Quanto ao PRR, apesar de salientarem a importância destes investimentos, nomeadamente para “fortalecer a infraestrutura verde, a aquisição de habilidades e a capacidade de cuidados saúde, apoiando o crescimento sustentável”, alertam que “também pode atrasar a queda da inflação”.

No que diz respeito à dívida pública, a OCDE alerta que o rácio face ao PIB “se mantém elevado”, notando que “a dívida pública caiu abaixo do nível de 2019, mas continua a ser a terceira mais alta da União Europeia“, salientam. A OCDE recomenda assim que “gastos mais eficientes e um quadro orçamental fortalecido são necessários para ajudar a enfrentar as crescentes pressões decorrentes do envelhecimento da população e das fortes necessidades de investimento”.

A organização prevê que o rácio da dívida pública na ótica de Maastricht se fixe nos 106,2% do PIB em 2023 e 102,9% em 2024, próximos dos valores previstos pelo Ministério das Finanças (107,5% e 103%, respetivamente). Já o défice deverá ser de 0,1% nos próximos dois anos. É mais otimista que a equipa de Fernando Medina, que prevê ainda um défice de 0,4% este ano e de 0,2% no próximo.

Neste relatório, a OCDE atualiza também as previsões para a Zona Euro, sendo que tinham já feito novas projeções em março. Face a esses números, o crescimento é revisto em alta de 0,8% para 0,9% em 2023. Já a estimativa da inflação para a Zona Euro em 2023 é revista em baixa de 6,2% para 5,8%.

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