Portugal teve o maior aumento dos preços agrícolas na UE no primeiro trimestre

  • Joana Abrantes Gomes
  • 26 Junho 2023

Entre janeiro e março, os preços dos produtos agrícolas em Portugal aumentaram 33%, bem acima da subida média da UE (17%). Situação de seca levou a uma redução da produção e ao impulso nos preços.

Os preços dos produtos agrícolas na União Europeia (UE) aumentaram, em média, 17% no primeiro trimestre deste ano, face ao mesmo período de 2022, mas abrandaram em comparação com o trimestre anterior, quando se registou uma subida homóloga de 26%, revelam os dados publicados esta segunda-feira pelo Eurostat. Tratou-se da evolução mais lenta desde o início da invasão russa à Ucrânia.

Entre janeiro e março, os preços dos produtos agrícolas no seu conjunto (produção) tiveram os maiores crescimentos em Portugal e Espanha (ambos 33%), o que, de acordo com o serviço estatístico europeu, se deve à situação de seca na Península Ibérica ao longo deste ano. Conduziu a uma redução da produção, dando assim “um novo impulso aos aumentos de preços”. Apenas a Lituânia registou uma descida dos preços (-2%) neste período.

Em Portugal, os preços dos ovos subiram 62,6%, enquanto o arroz e a carne de porco tiveram aumentos, respetivamente, de 68,4% e 60,6% no primeiro trimestre de 2023. Já no espaço comunitário, em destaque estiveram igualmente as progressões nos ovos (60%), no arroz (51%) e nas azeitonas e na carne de porco (ambos 49%).

Ao nível do preço médio dos bens e serviços consumidos na agricultura (ou seja, fatores de produção não relacionados com o investimento) observou-se uma subida homóloga de 11% nos primeiros três meses de 2023, desacelerando face ao trimestre anterior (27%).

As taxas de aumento mais acentuadas do preço médio dos fatores de produção não relacionados com o investimento foram registadas na Hungria (29%), Polónia (20%) e Eslováquia (19%), com os Países Baixos (1%), Malta e Luxemburgo (ambos 3%) a registarem os menores aumento.

De acordo com os dados publicados pelo Eurostat, os alimentos para animais (16%), as sementes e material de plantação (14%) e os produtos fitofarmacêuticos e pesticidas (12%) tiveram os aumentos de preços mais substanciais.

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