Sindicato Independente dos Médicos admite que “dificilmente chegará a acordo” com Governo e antecipa greve
"Dificilmente se chegará a um acordo", afirma o secretário-geral do SIM, que esteve reunido com o Governo. Saúde ainda não apresentou "proposta concreta" sobre os valores da grelha salarial.
O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) lamenta, que, a menos de uma semana do final do prazo para o protocolo negocial em curso, o Ministério da Saúde não tenha apresentado uma “proposta concreta” sobre os valores da grelha salarial e do suplemento associado ao regime de dedicação dedicação plena, referindo que, por isso, “dificilmente se chegará a um acordo”. Tal como a FNAM, este sindicato admite que “muito provavelmente” irá avançar com uma greve.
“A próxima reunião é na quinta-feira e esperemos que até lá, o Governo apresente uma proposta da grelha salarial. Coisa que não o fez na reunião de hoje”, lamenta o secretário-geral do SIM, em declarações ao ECO. Segundo Jorge Roque da Cunha na reunião desta segunda-feira, a tutela liderada por Manuel Pizarro limitou-se reafirmar “um conjunto de princípios”, nomeadamente que a dedicação plena irá ter “como base as 35 horas semanais”, com um suplemento associado a este regime e mediante um conjunto de incentivos à melhoria da produtividade, bem como um “aumento da grelha salarial” em relação aos vários regimes de trabalho (de 35, 40 e 42 horas semanais).
Contudo, à semelhança da reunião anterior, o Governo não apresentou uma “proposta concreta” e “formal” sobre os valores em causa. “Parece-me, que, o Ministério das Finanças, talvez ofuscado pelas alcatifas de Bruxelas com o resultado orçamental, possa estar, na prática, a impedir que os portugueses continuem a ter cada vez mais dificuldades em aceder aos cuidados de saúde”, atira o secretário-geral do SIM.
Perante este cenário, Jorge Roque da Cunha antecipa que “dificilmente se chegará a um acordo”, dado que este protocolo negocial foi iniciado no ano passado, ainda pela ministra Marta Temido, está previsto terminar a 30 de junho. Em declarações ao ECO, o dirigente sindical sublinha ainda que “existe um grande descontentamento na classe médica”, mas que, ainda assim, o SIM comprometeu-se a “evitar formas de combate extremas” durante o processo negocial. No entanto, perante o não acordo, admite que “muito provavelmente” vão convocar uma greve. “O Concelho Nacional irá decidir a 30 de junho”, diz.
Na quarta-feira e quinta-feira estão também previstas reuniões entre a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Ministério da Saúde. Ao contrário do SIM, o sindicato liderado por Joana Bordalo de Sá já convocou uma greve para 5 e 6 de julho. Em comunicado divulgado esta segunda-feira, esta estrutura sindical veio avisar que “não aceita negociações fictícias nem perda de direitos”.
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