Inflação em Espanha recua para 1,9% em junho, abaixo da meta do BCE
Os preços em Espanha subiram 1,9% em junho, segundo uma estimativa oficial divulgada que, a confirmar-se, revela uma diminuição de 1,3 pontos da inflação, que tinha sido 3,2% em maio.
Os preços em Espanha subiram 1,9% em junho, segundo uma estimativa oficial divulgada esta quinta-feira que, a confirmar-se, revela uma diminuição de 1,3 pontos da inflação, que tinha sido 3,2% em maio. A taxa é inferior à meta de 2% do Banco Central Europeu para a média dos países do euro a médio prazo.
Esta evolução da taxa da inflação (aumento dos preços comparando com o mesmo mês do ano anterior) em Espanha “deve-se, principalmente, a que este mês a subida dos preços dos combustíveis, da eletricidade e dos alimentos e bebidas não alcoólicas foi inferior a junho do ano passado”, explicou o Instituto Nacional de Estatística espanhol (INE).
A estimativa para a inflação subjacente (que exclui a energia e os alimentos frescos, não elaborados) este mês é de 5,9%, menos duas décimas do que em maio.
Ao longo de 2022, Espanha aprovou vários pacotes de medidas para responder à inflação superiores a 3% do Produto Interno Bruto (PIB), cerca de 45.000 milhões de euros, entre ajudas diretas a consumidores e empresas e benefícios fiscais, como a redução do IVA da eletricidade e do gás para 5% ou um desconto de 20 cêntimos por litro na compra de combustíveis.
Para tentar responder à escalada dos preços dos alimentos, entrou em vigor em janeiro um novo conjunto de medidas que incluem a suspensão do IVA (imposto sobre o consumo) de alguns alimentos e produtos considerados básicos.
Espanha fechou o ano passado com a taxa de inflação mais baixa da União Europeia (5,7%), depois de no primeiro semestre de 2022 ter tido dos valores mais elevados e de em julho ter registado a inflação mais alta no país desde 1984 (10,77%).
Em maio, Espanha continuava a ter das menores taxas de inflação da União Europeia, segundo dados europeus.
Esta semana, o governo espanhol aprovou a manutenção até ao final do ano a eliminação do IVA de produtos alimentares considerados básicos e os descontos de 50% nos passes dos transportes públicos.
Outras medidas em vigor em Espanha desde o ano passado ou desde o início de 2023 para responder à inflação foram também prolongadas esta quinta-feira por mais seis meses, entre elas, os descontos de 50% em passes de transportes públicos, os descontos no gasóleo agrícola e para transportadores profissionais, limites máximos para o custo das botijas de gás ou apoios nas faturas da eletricidade.
A ministra da Economia e primeira vice-presidente do governo espanhol, Nadia Calviño, justificou o prolongamento das medidas, contrariando recomendações da Comissão Europeia, pela “incerteza reforçada” em torno da guerra na Ucrânia.
Nadia Calviño destacou que, porém, as medidas são compatíveis com “a rota” de redução do défice público espanhol, como atestam as previsões de entidades nacionais e internacionais, e que, por outro lado, todas as medidas provaram a sua eficácia nos últimos meses, com a inflação espanhola a ser das mais baixas da Europa neste momento.
Segundo Nadia Calviño, o novo pacote de apoios aprovado esta semana pelo Conselho de Ministros é o sétimo desde que começou a guerra na Ucrânia e, no conjunto, todas as ajudas e medidas ascendem já a 47 mil milhões de euros.
(Notícia atualizada às 14h22)
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