Retoma do M&A pode acontecer depois de Jackson Hole
Miguel Azevedo, chairman do Citi Investment Banking MEA, espera que o encontro de Jackson Hole possa libertar os 'animals spirits' do mercado. E pede mudanças em Portugal. Veja o vídeo.
Miguel Azevedo é chairman do Citi Investment Banking MEA (Middle East and Africa), um dos bancos mais importantes do mundo, aguarda com expectativa o encontro promovido pela Reserva Federal americana, Jakson Hole, no fim de agosto, para perceber se os mercados vão animar e se há condições para uma recuperação das fusões e aquisições internacionais. “Estamos a chegar a um momento em que quer a Europa, que os Estados Unidos estão a chegar ao fim da subida de taxas de juro e vai haver Jackson Hole nos Estados Unidos no final de agosto [23 e 24 de agosto]… Vai ser um momento crítico”, diz o banqueiro, em entrevista ao ECO no âmbito da conferência Fusões & Aquisições, em parceria com a sociedade de advogados PRA e da consultora Yunit Consulting. “Se, nesse encontro, houver uma sinalização de que é a subida de taxas de juro chegou ao fim, se isso acontecer, os mercados reagem muito rapidamente, podem libertar-se os “animals spirits” e pode haver, nomeadamente em fusões e aquisições, um retomar de uma atividade“.
No painel que encerrou a conferência “Fusões & Aquisições”, realizada no Estúdio ECO, Miguel Azevedo assinala o que é o principal obstáculo ao mercado: A incerteza. “O tema aqui é incerteza, não é tanto ter as taxas de juro mais altas ou mais baixas. É não saber o que é que será o dia de amanhã“, afirma. Este é um momento “que é muito marcado por uma inflação elevada, subida de taxas de juro e impacto na economia. “Se hoje estamos a comprar uma empresa que tem lucros de um bilião, [mas] se a economia vai contrair amanhã, terá lucros de 750 milhões. Esta dinâmica cria problemas de valorização? Sim, e havendo problemas de valorização, começa a haver discrepâncias entre comprador e vendedor”, logo, “a haver menos transações”.
Como é que vê Portugal a partir de fora? “Portugal tem quadros, tem infraestruturas, tem um enquadramento ‘não business related’ muito favorável. O problema é que os jovens graduados não ficam em Portugal”, lamenta. Por isso, “o que Portugal tem que fazer é focar-se em criar riqueza, em criar condições ‘business friendly’, um ambiente que atraia empresas com confiança, um ambiente que não seja de perseguição a quem cria riqueza, as pessoas têm que ter um ambiente em que possam ser reconhecidas pelo seu trabalho e não ser perseguidas pelo seu sucesso. E isso falta em Portugal neste momento”.
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