Mais de metade dos funcionários públicos dizem que avaliação foi prejudicial
Um inquérito a mais de 2.000 trabalhadores da Função Pública concluiu que mais de metade acredita que o sistema integrado de avaliação de desempenho foi prejudicial e 90% consideram-no injusto.
Um inquérito a 2.066 funcionários públicos revela uma perceção negativa sobre o Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP), em vigor há quase duas décadas: 53% dos inquiridos dizem que foram prejudicados pelo sistema e 90% consideram-no injusto, noticia o Público.
Estas perceções, segundo César Madureira, professor no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa e um dos autores do estudo, estão relacionadas com a existência de quotas para as notas mais altas, já que a lei prevê que, em cada serviço, só pode haver 25% de trabalhadores com nota relevante e, destes, só 5% podem ter excelente. Isto “mina a credibilidade do sistema, ao fomentar entre os trabalhadores a sensação de que sua classificação não depende do seu esforço ou desempenho, mas de uma série de outros fatores discricionários”, refere o estudo.
Os dados recolhidos comprovam, aliás, que mais de 93% dos funcionários inquiridos estão total ou parcialmente contra o sistema de quotas, 66% consideram que isso os penaliza e 75% percecionam como injusta a forma como a diferenciação de mérito é aplicada. Além disso, depois de conhecerem a sua avaliação, 86% dos trabalhadores não mudaram a sua forma de trabalhar.
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