Passe para comboios regionais a 49 euros arranca na Jornada Mundial da Juventude
Bilhete único para comboio regional apenas pode ser comprado nas bilheteiras da CP. Alentejo Litoral e zona de Coimbra não permitem uso do passe nacional.
Foi posto à venda o bilhete único para usar comboios regionais por 49 euros. No entanto, o passe ferroviário nacional apenas terá efeitos a partir de 1 de agosto, semana em que decorre, em Lisboa, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ). O novo título de transporte apenas poderá ser comprado nas bilheteira físicas da CP, refere comunicado desta segunda-feira da transportadora.
O bilhete a 49 euros permitirá utilizar qualquer comboio regional da CP, “independentemente da origem ou do destino” e a “qualquer hora do dia“, “sem restrições para períodos de maior afluência”, assinala o Ministério das Infraestruturas. Será possível, por exemplo, viajar entre Nine e Valença, entre Vila Real de Santo António e Lagos, entre o Entroncamento e Badajoz.
Neste passe não estão contemplados os comboios interregionais – servidos pelas assinaturas da CP – e os suburbanos de Lisboa e do Porto – onde existem os passes municipais e metropolitanos, a 30 e 40 euros, respetivamente. Também não vão existir restrições de idade na compra deste passe.
No entanto, há zonas do país que ficarão excluídas do passe ferroviário nacional, como o percurso Régua-Pocinho (Linha do Douro), Coimbra-Figueira da Foz (suburbanos de Coimbra apesar de contar com uma automotora do serviço regional), Pinhal Novo-Évora e Pinhal Novo-Vila Nova da Baronia (Linha do Alentejo), Pinhal Novo-Tunes (Linha do Sul). Entre Vila Nova da Baronia e Beja há apenas um comboio regional por dia em cada sentido, além do serviço Intercidades, não contemplado neste passe.
Até quinta-feira da semana passada, não havia qualquer indicação sobre o arranque deste passe, prometido para o primeiro semestre deste ano, segundo o Orçamento do Estado. Em resposta ao ECO, fonte oficial do Ministério das Infraestruturas recusava em comprometer-se com uma data: “O Passe Ferroviário Nacional, previsto no OE2023, entrará em funcionamento logo que estejam resolvidas todas as questões técnicas e legais necessárias”.
Não foram detalhados, na altura, os entraves que estavam a impedir o começo deste passe, inspirado no exemplo do bilhete mensal de nove euros que funcionou no verão passado na Alemanha. O próprio partido Livre, autor da ideia, aguardava mais esclarecimentos do Governo e prometia mesmo uma postura mais “aguerrida” na negociação do Orçamento para 2024.
“Este passe é fruto do trabalho empenhado, durante vários meses, da equipa da CP que esteve por detrás do desenvolvimento deste novo produto, acreditando que esta medida é um avanço significativo no compromisso da CP em fomentar a mobilidade sustentável, incentivando a utilização de transportes coletivos e promovendo uma alternativa de transporte com menor impacto ambiental, auxiliando assim na redução de emissões de gases de efeito estufa e no combate às alterações climáticas”, comenta o presidente da CP, Pedro Moreira.
Quando questionado sobre uma eventual falta de oferta para corresponder a uma maior procura de utentes, o Governo defendeu na semana passada que “a aplicação deste passe exclusivamente aos comboios regionais resultou, também, do facto de serem comboios com menores taxas de ocupação”. À cautela, a tutela atravessava-se e defendia que “a CP irá analisar e implementar, sempre que necessário e seja possível, ajustes à oferta, de acordo com a procura que se verificar”.
Para chegar material circulante novo ainda faltam mais de dois anos: apenas a partir de outubro de 2025 vão chegar os primeiros dos 22 comboios regionais encomendados em 2021; mais perto do final da década serão 55 das 117 automotoras elétricas prestes a serem adjudicadas à Alstom, Stadler ou CAF.
(Notícia atualizada às 16h50 com mais informação)
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