Tripulantes de cabine da easyJet marcam greve de 21 a 25 de julho
Os tripulantes de cabine da easyJet vão, assim, cumprir a terceira greve nos últimos meses, depois de uma paralisação em abril e outra no fim de maio e início de junho.
A proposta da easyJet foi esta quinta-feira ‘chumbada’ por 90% dos tripulantes de cabine do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que marcou cinco dias de greve entre 21 e 25 de julho. “A votação da proposta da easyJet encerrou às 12:00 e os resultados são esmagadores: 90% votos contra, 3% abstenção, 7% votos a favor”, informou o sindicato, em comunicado aos associados, a que a Lusa teve acesso.
O SNPVAC refere também que “não existe mais espaço a negociação”, não restando alternativa “se não declarar um pré-aviso de greve para os próximos dias 21, 22, 23, 24 e 25 de julho”.
Os tripulantes de cabine da easyJet vão, assim, cumprir a terceira greve nos últimos meses, depois de uma paralisação em abril e outra no fim de maio e início de junho, reivindicando condições semelhantes para os tripulantes das bases portugueses às dos das bases noutros países.
“Não compreendemos como não nos podem ser oferecidas rubricas também já existentes, como o ‘short notice’ ou o descaramento necessário para recusar penalizações para erros de ‘payroll’, após anos e anos de falhas”, refere o comunicado enviado após a votação que, segundo o sindicato, “é a demonstração cabal e em uníssono do descontentamento dos associados da easyJet em relação às pretensões da empresa”.
Após meses de reuniões com a empresa, o SNPVAC admite estar alinhado com alguns pontos da proposta da easyJet, mas não compreende a postura da companhia relativamente ao salário base, “que representa quase dois terços” do total do salário.
“Lamentamos profundamente que a empresa continue a considerar que um FA [tripulante de cabine, na sigla inglesa] português deva receber, no fim dos três anos de aumentos, menos 90% de salário base que um colega francês”, sublinhou o SNPVAC.
EasyJet desapontada com nova greve
A easyJet manifestou-se desapontada com a nova greve de tripulantes de cabine marcada para o final deste mês e acusou o sindicato de continuar com exigências impraticáveis, reivindicando aumentos “que não demonstram qualquer sentido de realidade”.
“Estamos extremamente desapontados com o facto de o SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil] estar a planear novas ações de greve, apesar da nossa vontade de prosseguir um diálogo construtivo com o objetivo de chegar a um acordo sustentável”, começa por referir a companhia aérea, em comunicado, onde acrescenta que, apesar dos seus esforços, as exigências do sindicato “continuam a ser impraticáveis, com aumentos propostos que não demonstram qualquer sentido de realidade”.
Segundo a empresa, a mais recente proposta do sindicato foi um aumento de 44% na remuneração global. A companhia aérea insiste que “emprega toda a sua tripulação ao abrigo de contratos acordados com os sindicatos locais, que estão em conformidade com a legislação local relevante” e que o salário dos tripulantes das bases portuguesas “é competitivo e significativamente superior ao salário médio nacional”.
Nas últimas semanas, empresa e sindicato reuniram-se várias vezes e, segundo a easyJet foi possível “resolver parte dos pontos em aberto”. “O nosso objetivo continua a ser o de encontrar um acordo positivo, garantindo também a manutenção dos postos de trabalho e da nossa posição no mercado português”, realçou a companhia aérea, que hoje anunciou a abertura de cinco novas rotas no país para o inverno.
Para atenuar o impacto da greve nos clientes, a easyJet vai possibilitar a alteração antecipada do horário dos voos. “Todos os clientes afetados por cancelamentos são elegíveis para um reembolso ou para uma transferência gratuita para um novo voo”, garantiu a transportadora, aconselhando também a verificação do estado dos voos nos dias de greve, na página da internet.
(Notícia atualizada às 14h24 com reação da empresa)
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