Obras no Metro de Lisboa vão prejudicar acessos à Margem Sul
O presidente do Metropolitano de Lisboa alerta que a ligação da estação de Santos ao Cais do Sodré vai criar no próximo ano "muitas perturbações" nos acessos à Margem Sul.
O presidente do Metropolitano de Lisboa alertou nesta sexta-feira que a ligação da estação de Santos ao Cais do Sodré vai criar no próximo ano “muitas perturbações” nos acessos à Margem Sul, salientando ser impossível fazer a obra sem impactos.
“Efetivamente, o impacto das nossas obras foi grande no norte [de Lisboa], mas também vai ser grande no sul. Nós vamos ter um grande impacto no Cais do Sodré. (…) Quando chegarmos da estação de Santos ao Cais do Sodré, nós vamos ter que desviar as linhas da CP e as linhas da Carris. Vamos criar muitas perturbações a essas pessoas“, disse esta sexta-feira Vitor Domingues dos Santos.
O presidente do Metropolitano foi ouvido na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, no âmbito dos requerimentos apresentados pelo PSD, PCP e PS, sobre a “situação das obras no metro de Lisboa”.
“Registo isso, que de facto o impacto foi no norte, mas também vai ser no sul. E nós vamos ter para o ano mais constrangimentos porque não é possível fazer uma obra desta envergadura sem ter impactos na vida das pessoas”, acrescentou.
Vitor Domingues destacou a obra nas avenidas 24 Julho, Dom Carlos I e a obra da estação de Santos até ao Cais do Sodré “é uma obra de dificuldade enorme que tem muitos constrangimentos” e muitos serviços serão afetados, com impacto na vida das pessoas.
“Hoje em dia já estamos a criar grandes perturbações, o senhor presidente da Câmara de Lisboa está ‘farto’ – com toda a razão – de pedir-me quando é que eu resolvo o problema da 24 de Julho. Só vamos, se calhar, abrir a 24 de Julho no fim do ano. Antes disso vai ser difícil“, disse.
Quanto aos constrangimentos na área do Campo Grande, o responsável reiterou que “é impossível conseguir fazer obras em condições de segurança sem causar perturbações no funcionamento normal da rede”, já que foram construídos dois novos viadutos que têm que ser ligados aos viadutos existentes, “o que implica a interrupção da circulação nesses pontos e a criação de zonas de margens de segurança”.
“Por isso é que nós tivemos que fazer uma opção de conseguir continuar a circular de início com três carruagens na continuação da linha Verde entre Campo Grande e cais Sodré e na linha Amarela entre Odivelas e o Campo Grande. Não era possível fazer de outra maneira”, considerou, destacando que a programação destas obras foi “ajustada em função da evolução dos trabalhos“, porque o planeamento é dinâmico.
Vítor Domingues dos Santos destacou que o uso dos transportes rodoviários em alternativa ao Metro esbarrou com o “problema grave deste país, em Espanha e em toda a Europa” do “défice enorme de motoristas para os transportes rodoviários”, mesmo com a ajuda da Carris e de outros operadores de transporte. “Aliás, esperemos que agora, na semana de agosto, da Jornada Mundial da Juventude… Vamos ver como é que isto se vai passar”, disse.
Para minimizar as perturbações, o Metro de Lisboa tentou “acelerar os trabalhos”, segundo o responsável. “Nesse sentido, tínhamos programado só no dia 7 de julho trabalhar com seis carruagens, mas conseguimos antecipar para o dia 20 de junho o trabalharmos com seis carruagens na linha Verde e quatro carruagens na linha Amarela. Foi o melhor que conseguimos e felizmente cumprimos. Tínhamos dito que no dia 08 de julho retomaríamos o serviço normal e no dia 8 de julho retomámos o serviço normal”, salientou.
Obras da linha circular derrapam para fevereiro de 2025
O presidente do Metropolitano de Lisboa revelou ainda que os atrasos nas obras de prolongamento da linha entre Rato e Cais do Sodré, que irá dar origem à linha circular, serão de cerca de 30 meses.
“Em média temos cerca de 30 meses de atraso”, admitiu Vitor Domingues, citado pelo Jornal de Negócios, frisando que se estava prevista a conclusão para outubro de 2024 “vai passar para 2025″.
Segundo explicou o presidente do Metropolitano de Lisboa, no lote 1, entre a data do concurso público e a data de adjudicação, foram 27 meses, no lote 2, 40 meses, e no lote 3, 13 meses. Já no lote 4, cujo concurso foi lançado em agosto de 2021, mas a empresa ainda aguarda visto do Tribunal de Contas.
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