Exclusivo Faculdade de Economia do Porto fecha acordo com Microsoft para incluir Inteligência Artificial nos currículos

Estudantes da Faculdade de Economia da Universidade do Porto vão explorar e testar em diversas unidades curriculares as mais recentes ferramentas de Inteligência Artificial e de análise de dados.

A Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) acaba de fechar uma “parceria inovadora” com a Microsoft através do lançamento do programa “Artificial Intelligence For Economics and Management”, para que os cerca de 3.200 estudantes “possam tirar proveito de todo o potencial da inteligência artificial”, sabe o ECO.

“Estamos a trazer para a comunidade académica da FEP as oportunidades geradas pelos avanços tecnológicos mais recentes. A capacitação em Inteligência Artificial permitirá seguramente criar estratégias baseadas em dados e ferramentas que promovam a criação de valor sustentável para as organizações”, indica Óscar Afonso, o novo diretor da escola nortenha.

Uma das vertentes deste acordo é a Microsoft AI Business School. A partir de conteúdos preparados pela Microsoft e pelo INSEAD, vão ser oferecidas várias edições de um curso não técnico, “capaz de apresentar o estado da arte da Inteligência Artificial e desenvolver estratégias transformadoras para as organizações”.

Visando ainda potenciar a inovação na sala de aula, a escola de negócios prepara-se para “capacitar” os docentes através dos módulos e percursos de aprendizagem do Microsoft Learn, fazendo com que os alunos da FEP possam explorar e testar as mais recentes ferramentas de Inteligência Artificial e de análise de dados em diversas unidades curriculares.

A capacitação em Inteligência Artificial permitirá seguramente criar estratégias baseadas em dados e ferramentas que promovam a criação de valor sustentável para as organizações.

Óscar Afonso

Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto

Esta escola de economia e gestão, que está a comemorar 70 anos e acaba de nomear Nuno Moutinho como coordenador de inovação pedagógica, fala num “passo importante” para que as organizações nacionais sejam capazes de integrar a inteligência artificial nas suas operações a curto prazo. E com esta parceria com a gigante tecnológica, preparar “os líderes de hoje e de amanhã para uma utilização da IA focada na estratégia, na cultura da empresa e na utilização ética dos dados”.

Numa entrevista ao ECO, publicada a 13 de junho e em que avisava que “tão cedo as pessoas não vão ficar melhor”, apesar da melhoria dos indicadores macroeconómicos do país, Óscar Afonso admitiu que os alunos da FEP saem para o mercado de trabalho “com menos autoestima do que deveriam” e prometeu “empenho” para “fazer chegar à economia real o conhecimento gerado” na academia.

Ainda na semana passada, a Bosch, a Universidade do Porto e o International Iberian Nanotechnology Laboratory (INL) lançaram um projeto de dez milhões de euros para desenvolver soluções e tecnologias de inteligência artificial para aplicar no fabrico industrial, numa parceria entre a indústria e a academia que vai envolver 70 engenheiros e investigadores.

Impacto da IA na educação

Outras universidades portuguesas já começaram também a promover a inovação pedagógica e a potenciar as oportunidades da inteligência artificial generativa. É o caso da Nova Information Management School (Nova IMS), da Universidade Nova de Lisboa, que, recentemente, passou a disponibilizar aos professores e alunos o acesso à tecnologia da Microsoft Azure OpenAI em contexto de sala de aula.

Na Nova SBE o tema IA também já está a ser analisado, admitindo o dean, Pedro Oliveira, que a escola de gestão está a equacionar alterar os processos de avaliação para acomodar o impacto desta tecnologia.

“Não existe uma maneira tecnicamente viável de perceber se um texto foi escrito pelo ChatGPT ou por uma pessoa. (…) Claro que isto levanta enormes desafios para as universidades. Temos de avaliar alunos e, tradicionalmente, quando eles submetem um relatório ou teses, avaliamos lendo aquilo que escreveram”, disse Pedro Oliveira, durante a sua intervenção na talk “Escolas de gestão nacionais no top mundial. E agora?”, organizada pelo Trabalho by ECO.

“Na defesa de uma tese, por exemplo, temos de passar mais tempo na defesa do que a ler a tese. Deixou de ser tão importante aquilo que o aluno nos apresenta por escrito e passou a ser mais importante o sentido crítico do aluno a defender um qualquer argumento. Curiosamente, já está a aumentar o poder da oralidade”, referiu ainda o mesmo responsável.

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