Países bálticos vão desligar-se da rede elétrica da Rússia em 2025
A medida implica uma despesa de centenas de milhões de euros, na sua maior parte financiados pela União Europeia.
Os operadores dos sistemas elétricos dos três países do Báltico concordaram esta quarta-feira desligar as suas redes da Rússia e da Bielorrússia e sincronizá-las com os sistemas da Europa ocidental a partir de 2025, anunciou o operador lituano Litgrid. Segundo o comunicado, Litgrid, Elering (Estónia) e AST (Letónia) assinaram o acordo correspondente.
A interrupção dos vínculos com as redes elétricas da Rússia e Bielorrússia implica que estas estruturas já não serão utilizadas para a sincronização ou para garantir um fluxo da corrente, funções que passarão para a área em vigor na Europa continental. A sincronização significa que uma súbita quebra no fornecimento, como um problema no funcionamento de uma central elétrica, fique compensada de forma automática por outras fábricas ligadas à rede.
Em princípio, os operadores dos sistemas elétricos dos três Estados do Báltico tinham previsto desligar-se da rede russa em finais de 2025, mas a data foi antecipada após um estudo em que participaram peritos polacos. O receio de um corte unilateral pela Rússia, num contexto político crescentemente hostil, também contribuiu para acelerar os planos de separação das redes.
A dessincronização, prevista desde 2007, eliminará um dos últimos vestígios do período em que os três países bálticos integraram a União Soviética. Esta medida implica uma despesa de centenas de milhões de euros, na sua maior parte financiados pela União Europeia (UE), segundo referiram antigos responsáveis governamentais.
Neste sentido, o operador AST revelou um investimento de 175 milhões de euros para instalar e modernizar o equipamento necessário para a sincronização com a rede europeia. Os três países bálticos optaram por limitar ao mínimo as importações de eletricidade dos seus vizinhos russo e bielorrusso, em particular após a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.
No caso de necessidade ou para vender eletricidade produzida em excesso têm recorrido aos seus vizinhos do Báltico e atualmente comercializam através do mercado nórdico de eletricidade Nordpool.
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