Cinco números gordos que engordam as contas da Apple

A Apple prestou contas relativas ao primeiro trimestre. Dos lucros às vendas, passando pela pilha de dinheiro em cofre e pelas dívidas, conheça estes cinco números gordos nas contas da fabricante.

Descubra os cinco números gordos que compõem os últimos resultados trimestrais da Apple.Pixabay

Caía a noite em Lisboa quando, do outro lado do Atlântico, o presidente executivo da Apple, Tim Cook, anunciou que, entre janeiro e março, a fabricante do iPhone gerou 52,9 mil milhões de dólares em receitas. “Estamos muito satisfeitos com estes números”, rematou. Mas, no ECO, decidimos olhar para além das receitas: descubra os cinco números gordos que mais se destacam nas contas trimestrais da Apple — um a um.

 

Mais importante do que o dinheiro que entra, é o dinheiro que fica. No primeiro trimestre do ano, que é o segundo trimestre fiscal para a marca, ficaram na empresa 11,03 mil milhões de dólares de lucro. O valor compara com os 10,52 mil milhões de dólares de lucro registados no período homólogo. Mas, se compararmos o valor com o primeiro trimestre de 2015, o lucro da Apple caiu 18,7% — nesse período, foi de 13,57 mil milhões de dólares.

 

Os cofres da Apple nunca estiveram tão cheios: a 1 de abril, a empresa tinha 256,8 mil milhões de dólares em conta. É quase tanto quanto toda a riqueza económica gerada pela Irlanda e o montante chegava para pagar aproximadamente 97,6% da dívida pública portuguesa. No entanto, deste valor, 240 mil milhões de dólares estão fora dos Estados Unidos, ou cerca de 93,5%. Os investidores especulam que a Apple vá repatriar a totalidade ou parte deste capital, com o apoio das novas medidas fiscais de Donald Trump para as empresas. Por curiosidade, todo este dinheiro chegaria ainda para comprar mais de 395 milhões de iPhones de última geração.

 

O iPhone é o principal produto da Apple, representando quase 63% das receitas da marca. Nos primeiros três meses de 2017, a Apple vendeu 50,76 milhões de unidades, com uma receita associada de 33,25 mil milhões de dólares. As vendas ficaram abaixo das expectativas e mostram uma desaceleração em termos homólogos: no primeiro trimestre de 2016, a marca vendeu 51,19 milhões de telemóveis. O número pode ser explicado, em parte, com o facto de os consumidores estarem a aguardar pelo próximo modelo que a marca deverá lançar no outono. O novo iPhone vai assinalar os dez anos do produto e aguarda-se uma edição premium cheia de novidades, como o ECO já resumiu aqui.

 

A marca da maçã decidiu adicionar mais 50 mil milhões de dólares ao capital que planeia devolver aos acionistas nos próximos tempos, pondo a fasquia nos 300 mil milhões de dólares para os acionistas até março de 2019. Trata-se de um plano ambicioso, dividido em duas partes: recompra de ações no valor de 210 mil milhões de dólares; pagamento de dividendos aos acionistas no valor de 63 cêntimos de dólar por título (um aumento de 10,5% em relação ao dividendo estipulado anteriormente). A empresa de Tim Cook torna-se, assim, a maior pagadora de dividendos do mundo, o que compara com o período de Steve Jobs, altura em que a empresa não distribuía dividendos de todo.

 

Da mesma forma que foi do oito ao 80 no campo dos dividendos, a Apple também o fez no campo da dívida — literalmente. A 1 de abril, acumulava uma dívida de longo prazo no valor de 84,53 mil milhões de dólares enquanto, no início do ano fiscal, em novembro do ano passado, era de 75,4 mil milhões de dólares. Mas este valor era nulo em 2012, com Steve Jobs aos comandos da nave. Lembre-se: a maior pilha de dinheiro está fora do território norte-americano e a empresa não pagava dividendos. Com Tim Cook a liderar, a Apple já paga dividendos. Porém, face aos altos custos que implica trazer dinheiro de fora do país, a Apple tem optado por emitir dívida para ter como pagar aos acionistas.

Infografias por Raquel Sá Martins.

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