Prestação sobe até 240 euros em setembro. Saiba quanto vai pagar a mais pelo seu crédito à habitação

Multiplicam-se os sinais de que o pico nos juros estará a passar, mas quem está a pagar o crédito à habitação ao banco ainda não vai sentir um alívio no seu bolso. Setembro traz uma nova subida da prestação da casa. Os contratos que forem revistos no próximo mês devem sofrer agravamentos entre os 36 euros e os 240 euros, de acordo com as simulações realizadas pelo ECO.

A boa notícia – e que pode representar a luz ao fundo do túnel para milhares de famílias – é que grande parte da subida das Euribor no último ano e meio já se fez refletir na mensalidade da casa. Pelo que, e numa altura em que estes indexantes começam a estabilizar, a prestação já não está a aumentar tanto como anteriormente.

É o que já estamos a assistir. Assumindo um empréstimo à habitação de 150 mil euros a 30 anos indexado à Euribor a 12 meses e com um spread (margem comercial do banco) de 1%, a prestação irá agravar-se 41% nos contratos que verão a taxa revista em setembro. Longe dos aumentos de 66% que tivemos nos meses de fevereiro, março e abril deste ano. É o sexto mês consecutivo de abrandamento da subida da prestação do crédito à habitação.

Para um mesmo crédito, mas indexado à Euribor a três meses e a seis meses, os agravamentos da prestação da casa serão de 5% e 10%, respetivamente, os menores aumentos em mais de um ano. Em dezembro, por exemplo, as subidas foram bem mais expressivas, rondando os 20% e 40%.

A tendência deverá continuar nos próximos meses até que a prestação deixe finalmente de subir e possa posteriormente descer, ainda que de forma ligeira. Ainda assim, a expectativa é que os juros se mantenham em níveis restritivos durante algum tempo, como disse recentemente a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, em Jackson Hole.

A subida dos juros por parte dos bancos centrais visa controlar a escalada dos preços que temos assistido em todo o mundo nos últimos dois anos. A inflação na Zona Euro baixou para 5,3% em julho. Esta quinta-feira ficaremos a conhecer a evolução dos preços em agosto, dados que serão importantes para perceber qual será a decisão do BCE na reunião de 14 de setembro. Há quem antecipe uma pausa na subida das taxas por conta da deterioração das condições económicas.

Para já, os sinais do mercado vão dando conta de algum alívio. A média mensal da Euribor a 12 meses vai cair em agosto pela primeira vez em quase dois anos. E a Euribor a seis meses já não deverá subir mais do que já subiu até agora e deverá descer a partir do início do próximo ano.

Apesar disto, as famílias com contratos da casa com taxa variável devem contar com um novo aperto no seu orçamento nos próximos meses. Para setembro, utilizando o mesmo empréstimo de 150 mil euros a 30 anos e um spread de 1%, as simulações mostram que as prestações vão aumentar entre 36 euros e os 240 euros, consoante o indexante utilizado:

• Euribor a três meses: a prestação que vai pagar nos próximos três meses irá subir para cerca de 785 euros, mais 36,5 euros (+5%) relativamente à prestação que pagava desde junho;

• Euribor a seis meses: a prestação que vai pagar nos próximos seis meses rondará os 800 euros, um aumento de cerca de 72 euros (+9,9%) em relação à prestação que pagava desde março;

• Euribor a 12 meses: a prestação que vai pagar nos próximos 12 meses irá subir para 811,8 euros, mais 238,6 euros (+41%) face à prestação que pagou no último ano.

O impacto da subida das Euribor no aumento da prestação da casa será tanto maior ou menor consoante o valor do capital que ainda está em dívida. Para o ajudar a calcular a prestação do seu crédito à habitação, o ECO preparou um simulador. Faça as contas para o seu caso e caso o seu contrato seja revisto em agora, saiba quando irá pagar a mais.

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