Exclusivo TAP seduz investidores para financiar compra de novos aviões
A companhia aérea vai realizar um "roadshow" internacional com bancos na próxima semana, com a presença do administrador financeiro, Gonçalo Pires.
O administrador financeiro da TAP, Gonçalo Pires, vai realizar na próxima semana um roadshow junto de investidores internacionais para levantar financiamento para o leasing de três novas aeronaves, apurou o ECO.
O novo processo financiamento, que será lançado em outubro, visa o leasing de 3 novos A320neo, que serão entregues em junho, setembro e novembro de 2024, segundo uma apresentação da companhia. A empresa tem um total de 24 aeronaves da família A320neo para receber até 2028.
A TAP operou um total de 96 aviões durante o segundo trimestre, com a adição de uma aeronave quando comparado com 31 de março de 2023. Um número próximo do limite de 99 permitido pelo Plano de Reestruturação aprovado pela Comissão Europeia e que vigora até 2025.
Para contornar esta limitação, a companhia aérea tem vindo a trocar aeronaves mais pequenas por outras maiores, reforçando a capacidade de transporte. Os novos aviões são também mais eficientes no consumo de combustível e emitem menos CO2.
A companhia aérea tinha 2.747 milhões de euros em passivos para a locação de aviões e reatores no final do ano passado, de acordo com o relatório e contas de 2022, o último disponível. Daquele montante, 2.038 milhões referem-se a contratos sem opção de compra e 709,3 milhões a contratos com opção de compra. Para este ano estava previsto o pagamento de 452 milhões nos dois tipos de contrato e no próximo 412,2 milhões.
A TAP faz regularmente roadshows no mercado internacional. Em maio fez também um encontro com investidores para atrair financiamento.
Desta vez, o administrador financeiro leva na apresentação um resultado inédito nos primeiros seis meses do ano, com a companhia a registar um lucro de 22,9 milhões de euros até junho. A companhia aérea transportou neste período 7,6 milhões de passageiros, o que representa um aumento de 30,2% em relação ao ano anterior, atingindo 96% dos valores alcançados em 2019.
A dívida líquida tem também vindo a encolher, cifrando-se em 2.424 milhões de euros no final de junho, o equivalente a 2,5 vezes o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). No final de 2019 o endividamento líquido era de 3.211 milhões e o rácio de 5,2 vezes. A dívida da companhia é considerada de elevado risco pela S&P (B+) e a Moody’s (B2). Esta última apontou em abril para uma subida, com a melhoria da perspetiva para “positiva”.
O CEO da TAP apontou para a continuação dos bons resultados. Luís Rodrigues, que não apresentou os resultados em conferência de imprensa, salienta em comunicado que “a procura continua forte com as reservas para os próximos trimestres a atingirem valores consideráveis, indiciando um segundo semestre intenso para o qual a TAP estará preparada”.
O Governo já tem em marcha o processo de reprivatização da transportadora aérea. A Parpública aguarda a entrega dos relatórios finais de avaliação da companhia aérea solicitados à EY e ao Banco Finantia, o que deverá acontecer ainda este mês. Seguir-se-á a aprovação do decreto-lei de reprivatização em Conselho de Ministros.
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