Tripulantes e TAP “muito longe de um acordo final”, diz sindicato

Valores salariais e novas medidas de flexibilidade ainda separam os tripulantes de cabina da administração da TAP. "Há um impasse negocial, mas não de diálogo", diz o SNPVAC.

Nem todos os sindicatos da TAP chegaram a acordo com a administração para um novo contrato coletivo de trabalho. É o caso dos tripulantes de cabina, que continuam longe de um acordo. O presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) admite que o objetivo de terminar as negociações em setembro pode estar em causa.

“Estamos muito longe de um acordo final”, afirma ao ECO Ricardo Penarroias, que lidera a estrutura sindical que representa os tripulantes de cabina. O que o responsável considera normal, por estar em causa a negociação de um Acordo de Empresa (AE) que não teve alterações substanciais desde 2006.

“É preciso partir muita pedra”, diz o presidente do SNPVAC, sublinhando que outras classes profissionais da companhia aérea tiveram atualizações intercalares dos AE, o que na sua opinião facilitou as negociações. Entre as estruturas sindicais que já fecharam acordos com a administração da TAP está o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil e o Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, que representa o pessoal de terra.

“A negociação a nível salarial tem de abarcar não só o período covid e o Acordo Temporário de Emergência, como o facto de, desde 2006, não ter existido um aumento salarial significativo“, considera Ricardo Penarroias.

Uma das principais divergências está nas medidas de flexibilidade e produtividade que a TAP quer incluir no acordo, explica o responsável. O sindicato considera que a empresa não está a valorizar devidamente as cedências já feitas nesta frente. “Nós também não estamos a ir ao encontro de alguns pontos sobre a flexibilidade que a empresa pretende”, acrescenta.

“Estamos a avançar de forma construtiva em alguns regulamentos, mas nos pilares do Acordo de Empresa estamos separados por uma grande distância”, sintetiza o presidente do SNPVAC. O objetivo do sindicato e da transportadora era fechar o acordo ainda este mês, mas Ricardo Penarroias admite que isso não seja possível. “Pode acontecer. Uma coisa é o objetivo, outra coisa são cedências cegas”, diz.

A semana tem sido marcada por negociações intensas, que vão continuar. “Há um impasse negocial, mas não de diálogo”, garante. Ricardo Penarroias afirmou que os vencimentos de agosto dos tripulantes ainda “foram pagos com um corte de 20% acima dos 1.520 euros”, que irá manter-se se não existir um entendimento.

O texto do acordo terá ainda de ser aprovado em assembleia pelos associados do SNPVAC. À data de hoje estamos longe disso acontecer, insiste Penarroias.

Por fechar está também o acordo com o Sindicato dos Técnicos de Manutenção de Aeronaves (SITEMA), decorrendo ainda as negociações. A agência Lusa noticiou a semana passada que além destes, também falta fechar o entendimento com três estruturas que representam os engenheiros e os economistas e que estão a negociar em plataforma.

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