Fórum para a Competitividade admite ligeira quebra da economia no terceiro trimestre

A entidade aponta para uma variação entre -0,2% e 0,1% do PIB no terceiro trimestre deste ano, face aos três meses anteriores, com o consumo e a procura externa a pesarem na atividade.

A economia portuguesa terá voltado a perder fulgor no período entre julho e setembro. É, pelo menos, essa a previsão do Fórum para a Competitividade, que admite mesmo uma ligeira contração, com o consumo e a procura externa a pesarem na atividade.

“O Fórum para a Competitividade estima que a economia terá tido uma variação em cadeia entre -0,2% e 0,1%, de que terá resultado uma desaceleração homóloga de 2,5% para entre 1,8% e 2,1%“, refere a nota de conjuntura assinada pelo diretor do Gabinete de Estudos, Pedro Braz Teixeira.

O PIB registou uma variação de 1,5% em cadeia no primeiro trimestre e uma taxa nula no segundo semestre.

O Governo inscreveu no Programa de Estabilidade 2023 – 2027 uma previsão de crescimento homóloga de 1,8% este ano. O ministro das Finanças, Fernando Medina, reviu depois em julho esse valor para 2,7%, que segundo o Fórum pode estar em risco face à travagem entretanto registada. O Orçamento do Estado para 2024, que será entregue no dia 10 de outubro, deverá trazer uma estimativa mais afinada.

O Fórum para a Competitividade assinala que o indicador diário de atividade calculado pelo Banco de Portugal passou de 1,8% no segundo trimestre para 1,0% no terceiro, registando uma enorme volatilidade. “Em termos mensais, após os valores negativos de julho, parecia ter havido uma recuperação até meados de setembro, para voltar a abrandar de forma pronunciada no final deste mês”, assinala a nota.

É também evidenciado que as exportações de bens caíram durante quatro meses consecutivos, entre março e junho, e o turismo tem vindo a desacelerar. “As contas externas dificilmente poderão ter auxiliado a economia no trimestre que agora findou”, afirma a nota.

Pedro Braz Teixeira refere ainda o ligeiro aumento da taxa de poupança das famílias (de 5,3% para 5,7%, no segundo trimestre), sublinhando que “isso vai implicar que o consumo irá subir menos do que o rendimento”.

Olhando para os próximos trimestres, a nota refere que dados os sinais de desaceleração na União Europeia, uma recessão é uma possibilidade. No entanto, sublinha que “as previsões da generalidade das instituições para o conjunto dos anos de 2023 e 2024 não preveeem recessão nas principais economias, com excepção da Alemanha. Ou seja, até pode ocorrer uma recessão técnica (dois trimestres consecutivos de crescimento negativo), mas seria suficientemente limitada e curta para poder ser compensada nos trimestres seguintes”.

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