Solução para o Montepio pode passar por veículo com Santa Casa
A nova opção poderá passar por criar uma sociedade veículo, participada pelas Santas Casas de Lisboa e do Porto e por uma entidade não bancária, mas também pela criação de instrumentos financeiros.
O objetivo é fechar o dossier Montepio o mais depressa possível e a solução poderá passar pela Santa Casa da Misericórdia. Como? Através de uma ajuda indireta da Santa Casa das misericórdias de Lisboa e do Porto em parceria com uma sociedade financeira, avança o Público (acesso condicionado) na sua edição de hoje.
A questão está a ser estudada de forma articulada entre as equipas do Banco de Portugal e as dos ministérios das Finanças e o do Trabalho e da Segurança Social. Apesar de o Banco de Portugal já ter manifestado, num relatório, que a sua preferência passa por um aumento de capital da Caixa Económica com a entrada de um acionista estratégico, agora está sobre a mesa uma nova hipótese, segundo o Público.
A nova opção poderá passar pela criação de uma sociedade veículo, participada pelas Santas Casas de Lisboa e do Porto e por uma entidade não bancária, mas também pela criação de instrumentos financeiros que permitem à Santa Casa não entrar já, nesta primeira fase, no capital da Caixa Económica, ainda que admita a possibilidade de conversão dos títulos em ações, isto se houver uma falha no reembolso no momento devido.
Segundo avança o Público, esta solução poderá ser mais cara para a Caixa Económica, mas assim o banco acede imediatamente a liquidez e permite-lhe reforçar o capital, dando-lhe tempo para avançar com uma reestruturação e gerar mais receita. E evita uma reavaliação formal do banco.
Recorde-se que o banco liderado por José Félix Morgado revelou lucros de mais de 11 milhões de euros nos primeiros três meses deste ano. Uma recuperação face aos prejuízos de quase 20 milhões no período homólogo. Esta recuperação deve-se, sobretudo, à redução dos custos e ao aumento da margem financeira.
A possibilidade da Santa Casa ajudar a resolver o problema da Caixa Económica Montepio Geral começou por ser sugerida por Vieira da Silva, o ministro que tem a tutela da associação mutualista, rejeitada pelo provedor Pedro Santana Lopes e reconsiderada pelo mesmo. Na apresentação de resultados da Santa Casa Santana Lopes admitiu que o Montepio “não será necessariamente” uma “aventura”, numa referência às suas declarações anteriores de que não entrava em aventuras.
Depois da assembleia-geral da Associação Mutualista Montepio ter aprovado, na noite de terça-feira, por larga maioria, os novos estatutos da Caixa Económica agora é possível avançar para a sua transformação em Sociedade Anónima e assim dar entrada a novos acionistas.
Na apresentação de resultados da Caixa Económica, Félix Morgado, não quis alongar-se sobre a possibilidade de novos acionistas entrarem no capital do banco frisando apenas que fará tudo para gerar valor para o acionista, seja ele qual for. “Do ponto de vista de gestão, a nossa de missão é gerar valor para o acionista, seja ele qual for, isso não muda, o gerar o maior valor possível na gestão do ativo”, afirmou Félix Morgado à Lusa.
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