Mário Centeno pede prudência nas políticas orçamentais, um dia antes da apresentação do Orçamento do Estado

Um dia antes da apresentação do OE2024, governador do Banco de Portugal chama a atenção para o controlo da despesa do Estado para não colocar em causa a redução do rácio da dívida pública face ao PIB.

O governador do Banco de Portugal está otimista quanto à economia nacional, mas reclama a necessidade de o Governo adotar medidas orçamentais incisivas e prudentes, com vista a não colocar em causa a sustentabilidade da dívida pública.

“[É preciso que] as políticas orçamentais se pautem pela prudência e se foquem nos mais vulneráveis”, referiu Mário Centeno esta segunda-feira, no decorrer do 33.º Encontro de Lisboa entre os Bancos Centrais de Língua Portuguesa.

No centro da chamada de atenção do governador do Banco de Portugal está o controlo da despesa do Estado e o contínuo progresso da redução do rácio da dívida pública face ao PIB. “A redução sustentável da dívida é um dos maiores ativos que podemos deixar às gerações futuras e é um dos grandes desafios globais neste momento”, notou.

Numa altura em que as previsões do Banco de Portugal apontam para uma subida gradual da taxa de juro implícita da dívida nacional nos próximos anos, de 1,7% no ano passado para 2,5% no próximo ano, o controlo e gestão da dívida ganha ainda maior relevo.

Com uma previsão de redução da dívida pública face ao PIB de 103,4% em 2023 para 97,1% no próximo ano, o ex-ministro das Finanças sublinha o otimismo nesta matéria, referindo que “a convicção de que este entendimento [redução sustentável da dívida] tem de ser partilhado justifica o [seu] otimismo quanto à resiliência da economia portuguesa”.

Sobre o papel dos bancos centrais no ambiente atual da economia mundial, Mário Centeno referiu a necessidade de o foco continuar sobre o controlo dos preços. “As políticas monetárias, nomeadamente na área do euro, deverão continuar a servir a estabilidade de preços, certas de que os custos da inflação são mais desiguais e regressivos do que as medidas utilizadas para a combater.”

Além disso, o governador do Banco de Portugal salientou que também para este objetivo a prudência é uma palavra-chave. “A prudência é essencial igualmente para evitar reagir de forma excessiva e sem dar tempo a que o processo de transmissão se materialize. Uma sobre reação poderia resultar num abrandamento económico desnecessário e intensificar os riscos no sistema financeiro. Este é um equilíbrio difícil, mas crucial.”

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