Super Bock investe mais de 3 milhões no Beato. Browers abre até junho de 2024
Uma micro produção de cerveja artesanal e uma cultura de lúpulo de "uma variedade nova e portuguesa" no rooftop da Factory são algumas novidades do Browers Beato.
Mais de três milhões de investimento depois, o grupo Super Bock prepara-se para abrir no “primeiro semestre de 2024” o projeto Browers Beato, no Hub Criativo do Beato (HCB). Uma micro produção de cerveja artesanal e uma cultura de lúpulo de “uma variedade nova e portuguesa” no rooftop da Factory são algumas novidades do projeto, adianta Tiago Brandão, project director da The Browers Company, ao ECO.
O projeto do grupo cervejeiro para o HCB – hoje a casa da Unicorn Factory Lisboa – foi conhecido em 2018 e chegou a ter outubro de 2019 como data de abertura. Com 700 metros quadrados, o Browers Beato tinha previsto uma micro produção de cerveja, um espaço de restauração – a cargo da agora Plateform (antiga Multifoods) – e para eventos, com o trabalho de transformação e reabilitação do edifício da antiga central elétrica a cargo do arquiteto Eduardo Souto Moura e Nuno Graça Moura. Em tudo isto, o Grupo Super Bock planeava investir três milhões de euros.
Prepara-se agora para abrir no primeiro semestre do próximo ano. Um atraso que os responsáveis apontam à pandemia da Covid-19. “Não podemos dizer que o projeto ‘derrapou’. O que aconteceu é que fizemos um reajuste no cronograma por um motivo de força maior, chamado pandemia. Mantemos os mesmos pressupostos, sendo que o investimento teve que ser ajustado ao contexto de inflação que vivemos nos últimos três anos”, afirma Tiago Brandão, project director da The Browers Company, spin-off do grupo Grupo Super Bock, responsável pelo Browers Beato, quando questionado sobre o impacto das novas datas no investimento previsto no projeto.
“Não pretendemos avançar com um valor de investimento, mas posso dizer que, somando a nossa parte e a dos nossos parceiros, estamos perante um investimento superior aos três milhões iniciais. A alteração deste valor só reforça a nossa ambição em contribuirmos para um conceito/espaço icónico, mas também a nossa responsabilidade perante os compromissos assumidos com a Start-up Lisboa e a CML para o conceito HCB”, garante.
A base do Browers Beato mantém-se mas, passado quase cinco anos, “o que vai acontecer é que vamos adequar algumas vertentes do conceito original ao ‘novo mundo'”, assegura o responsável, prometendo “revelar mais novidades daqui a uns meses, aquando da inauguração do espaço, que está prevista para o primeiro semestre de 2024.”
Somando a nossa parte e a dos nossos parceiros, estamos perante um investimento superior aos três milhões iniciais. A alteração deste valor só reforça a nossa ambição em contribuirmos para um conceito/espaço icónico, mas também a nossa responsabilidade perante os compromissos assumidos com a Start-up Lisboa e a CML para o conceito HCB.
Apesar de instalados no mesmo local que quer ver nascer novos unicórnios, a Browers Beato não será um espaço de ‘incubação’ de startups. “Não somos uma incubadora. Quando muito, pela natureza do nosso espaço, vamos contribuir para que muitos empreendedores possam reunir-se na Browers Beato (e até organizar eventos no nosso espaço) para praticarem o networking entre startups e investidores”, precisa Tiago Brandão. Embora, ressalva, “o ecossistema que o HCB vai desenvolver pode desafiar-nos a ponderar algumas parcerias… ou um endosso ao nosso acionista de algumas oportunidades que reconheçamos em startups que aqui se desenvolvam/incubem”.
“Estou certo que o Super Bock Group nos vai envolver na sua agenda de empreendedorismo, sustentabilidade e inovação. Estou em ligação permanente com os meus pares em termos de marketing, vendas, sustentabilidade e relações institucionais, de modo a que vejam a The Browers Company com um ativo do Grupo, sempre que for interessante um espaço para “testar”, “experimentar”, “interagir”, “co-criar”, etc.”, continua o project director da The Browers Company.
Espaço de ignição de ideias
Mas, nas intenções do projeto está manter uma ligação com o ecossistema de empreendedorismo. Tiago Brandão levanta a ponta do véu. “Posso já antecipar algumas iniciativas como: a nossa participação no projeto Beato Living Lab – em que vamos implementar no rooftop do edifício da Factory uma cultura de lúpulo de uma variedade nova e portuguesa; a nossa presença nos eventos organizados no HCB com cervejas Browers e, é claro, que não melhor referência do que o do próprio Beer Ato, como um exemplo de promoção do ecossistema local”, elenca. Esta sexta-feira arranca, de resto, a segunda edição do Beer Ato, evento de entrada livre, organizado pela The Browers Company, que decorre no HCB até 15 de outubro.
“Queremos ser uma parte da fábrica de unicórnios através da utilização do nosso espaço, tornando-o uma espécie de ‘espaço de ignição de ideias e contactos’. Há melhor “cola social” do que a cerveja?”, aponta Tiago Brandão, quando questionado sobre potenciais iniciativas para promover ligação da Browers Beato ao ecossistema.
“Integramos o projeto da Unicorn Factory enquanto parceiros, pelo que pretendemos contribuir ativamente para as ideias de negócio e/ou startups que esse projeto de Lisboa aqui desenvolva“, continua. “Temos algumas ideias sobre colaborações e parcerias – tanto na vertente cervejeira propriamente dita, como na interface com a gastronomia e cultura – que vamos tentar dinamizar aqui no nosso espaço”, diz.
“Queremos que aqui nasçam histórias como as que sei nasceram em locais com o Peter’s Café, nos Açores/Horta, onde as pessoas se encontram e a “magia” acontece… histórias como as reportadas no “Efeito de Medici”, do Frans Johansson”, refere ainda.
Micro produção de cerveja artesanal
Uma micro produção de cerveja artesanal é outro dos elementos distintos deste projeto do grupo Super Bock. “Podemos produzir até 100-120 mil litros anualmente, em fabricos de 1.000 litros de cada vez. Mas nem só de produção local viverá o espaço no que às cervejas aqui servidas diz respeito. Há muitas convidadas externas que se irão juntar à nossa”, promete Tiago Brandão.
E não será apenas de produção da casa. “Não teremos amarras, nem teremos preconceitos. E sim, já vamos colaborando com alguns cervejeiros nacionais no desenvolvimento e produção de cervejas de muito pequena escala e com características e estilos associados ao ecossistema artesanal. Também estaremos aqui para ajudar a viabilizar essas produções. Baltic Porters, Barleywines, Pilsners, Tropical Lagers, IPA, todas estas saem já dessas colaborações e muitas outras se seguirão!”, garante.
A navegar em pleno, o projeto representará a criação de postos de trabalho, mas Tiago Brandão não precisa números. “Sendo este um projeto de intraempreendorismo, alocamos ao Browers Beato, para já, recursos recrutados no Super Bock Group. Desde a gestão do projeto, à produção de cervejas, ou mesmo à negociação e compra dos equipamentos e afins, fizemos praticamente tudo com a “prata da casa”, indo ao encontro da mentalidade empreendedora que o Grupo propaga”, começa por referir.
“Uma vez aberto o espaço, e havendo a intenção de desenvolvermos a Browers Beato nas suas valências de produção e venda de cerveja e organização de eventos, temos previsto recrutar algumas pessoas”, diz, lembrando que “o espaço será concessionado pela parceria com a Plateform, que terá muito mais postos de trabalho a recrutar para o nosso espaço no Beato. Com efeito, a produção em si requer poucas pessoas, ainda que mais especializadas nessa arte!”.
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