Montenegro pede eleições antecipadas. “Portugal não pode ser isto”
Líder do PSD diz que o Governo "caiu por dentro" e que é "notório que não tem condições para governar", defendendo, por isso, a realização de eleições antecipadas.
Cerca de duas horas depois da reunião da comissão permanente, o líder do PSD diz que o Governo “caiu e caiu por dentro” e que é “notório que não tem condições para governar”, defendendo, por isso, a realização de eleições antecipadas.
Luís Montenegro frisa que “Portugal não pode ser isto” e que o país “não pode tolerar ou admitir que importantes decisões de investimento ou de financiamento público possam ser tomadas com qualquer outro critério que não o interesse público”, frisa.
“É preciso assegurar que temos liderança, equipa e programa para inverter o ciclo de empobrecimento que nos trouxe até aqui”, diz o presidente do PSD, já em tom de campanha eleitoral. Montenegro diz que os social-democratas não tinham “pressa” para ir às urnas mas que perante as investigações em curso e as suspeitas não se pode “perder mais tempo. É imperioso recuperar a credibilidade, a dignidade institucional e a confiança que se perderam e desbarataram”.
E isso “só é viável com eleições antecipadas. Estamos preparados para elas”, acrescentando que está fora dos planos do PSD fazer qualquer acordo com o Chega.
Luís Montenegro aproveitou ainda para lembrar outros casos polémicos do governo PS e, em jeito de balanço, diz que esta “é a terceira vez em 22 anos que as mesmas pessoas, as mesmas políticas e o mesmo padrão de governo trazem um pântano à democracia portuguesa”, seja “no parque escolar, em parcerias público-privadas, na defesa nacional, nas grandes infraestruturas, o país não pode ser levado a decidir com base em interesses particulares, muitas vezes embrulhados e disfarçados com sofisticados esquemas de suporte técnico”.
Numa palavra dirigida aos eleitores, o presidente do PSD diz ainda que “mesmo num dia difícil como o dia de hoje, a nossa atenção está em primeiro lugar centrada em quem não tem dinheiro para pagar a alimentação, a energia, os medicamentos, os transportes. Em quem espera ou desespera por um tratamento no SNS, em quem espera ou desespera por um professor que não chega à sala de aula, que espera ou desespera para arrendar uma casa ou por pagar uma prestação inflacionada”. E considera que “não é uma fatalidade sermos um país pobre”, é, sim “uma escolha” das políticas seguidas pelos socialistas.
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A reunião da comissão permanente do PSD arrancou pelas 17h30 foi marcada horas antes antes de António Costa ter anunciado o pedido de demissão do cargo de primeiro-ministro.
Numa nota enviada aos jornalistas, os social-democratas justificavam a reunião “perante a gravidade da situação que envolve a base central do Governo”, no seguimento da investigação do Ministério Público e do Supremo sobre negócios que envolvem projetos de exploração de lítio.
A investigação levou à realização de buscas na residência oficial do primeiro-ministro e nos Ministérios do Ambiente e Infraestruturas. Foram detidas cinco pessoas: o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, o consultor e amigo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, o presidente da Câmara de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, e ainda dois gestores de empresas.
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