Guterres “grato e humilde” na ONU

Português diz que está "recomendado" mas que não é secretário-geral da ONU. E apela a apoio a Ban Ki-moon até 31 de dezembro.

No primeiro discurso depois de conhecidas as votações, António Guterres disse que bastariam duas palavras para descrever o momento: humildade e gratidão. “Gratidão, em primeiro lugar, em relação aos membros do Conselho de Segurança que em mim exprimiram, mas também em relação à Assembleia Geral das Nações Unidas, por todos os estados-membros, por terem decidido um processo exemplar de transparência e de abertura, bem como aos meus colegas candidatos, cuja inteligência, dedicação e empenhamento nesta campanha muito contribuíram para o prestígio das Nações Unidas”, disse o português.

“É com emoção que verifiquei que o Conselho de Segurança pode decidir em unidade, por consenso, de forma atempada. E gostaria de exprimir o sincero voto de que tal facto seja simbólico e represente uma capacidade acrescida do Conselho de Segurança para que, em unidade e consenso, ter a possibilidade de tomar a tempo as decisões que o mundo conturbado em que vivemos exige”, acrescentou António Guterres.

Humildade, em segundo lugar, face aos enormes desafios que me esperam, à terrível complexidade dos dramas do mundo moderno mas também humildade que é necessária para servir sobretudo os mais vulneráveis, as vítimas dos conflitos, do terrorismo, das violações dos direitos, a pobreza e das injustiças deste mundo. E a humildade para saber reconhecer a inspiração que vem da coragem e da generosidade de tantos e tantos trabalhadores das Nações Unidas e dos seus parceiros, que afrontam os maiores perigos ao serviço da comunidade internacional.

António Guterres

O português, que deverá suceder a Ban Ki-moon como Secretário Geral das Nações Unidas, disse continuar recomendado e ainda não no cargo. “As Nações Unidas têm um secretário-geral, ele chama-se Ban Ki-moon, quero aqui prestar-lhe homenagem e quero apelar a todos os estados-membros para que colaborem e apoiem ativamente Ban Ki-moon na sua ação, nas suas iniciativas até ao final do seu mandato para que este possa ser cumprido com o maior êxito”, disse, esta quinta-feira. Ban Ki-moon deverá permanecer no cargo até 31 de dezembro.

Guterres sublinhou ainda um agradecimento especial “aos portugueses”. “Permitam-me uma palavra especialmente dirigida aos portugueses, para exprimir uma palavra de agradecimento ao Presidente da República, ao Governo, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, ao primeiro ministro, a tantas e tantas forças sociais, aos diplomatas portugueses” pela “campanha exemplar” levada a cabo e que conduziu à escolha do português para ocupar o lugar mais importante da instituição internacional.

 

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