Caso Centeno chegou a Frankfurt. Comité de ética do BCE aguarda avaliação à conduta do governador em Portugal
Banco Central Europeu (BCE) vai ser informado das conclusões da avaliação que a comissão de ética do Banco de Portugal irá fazer à conduta do governador. Reunião está marcada para esta tarde.
A polémica em torno de Mário Centeno chegou ao Banco Central Europeu (BCE). O comité de ética do supervisor financeiro europeu adiantou ao ECO que está a aguardar as conclusões da avaliação que será conduzida esta segunda-feira pela comissão de ética do Banco de Portugal à conduta do governador português e membro do conselho do BCE.
“O Comité de Ética do BCE será informado do resultado da avaliação conduzida pela comissão de ética do Banco de Portugal”, diz fonte oficial do banco central ao ECO. Este comité é liderado pelo antigo governador do Banco da Finlândia, Erkki Liikanen.
Como o ECO adiantou no sábado, a comissão de ética do Banco de Portugal reúne-se esta segunda-feira à tarde para avaliar a conduta de Centeno, depois de o nome do governador ter sido proposto pelo ainda primeiro-ministro ao Presidente da República para liderar o Governo socialista.
O fim de semana trouxe desenvolvimentos inesperados e que só vieram adensar a polémica. Mário Centeno declarou ao Financial Times (acesso pago) que teve um convite do Presidente da República e do primeiro-ministro para considerar a possibilidade de liderar um novo governo, convite esse que foi prontamente desmentido por Marcelo Rebelo de Sousa num comunicado divulgado pelas 1h00 da manhã desta segunda: “O Presidente da República desmente que tenha convidado quem quer que seja, nomeadamente o Governador do Banco de Portugal, para chefiar o Governo”.
Após o desmentido do Presidente, já esta manhã, o governador veio emendar a mão, indicando que não houve convite. “É inequívoco que o Senhor Presidente da República não me convidou para chefiar o Governo”, rematou Mário Centeno num comunicado em que relata os acontecimentos da última semana, nomeadamente o convite endereçado por António Costa para refletir sobre a possibilidade de assumir o cargo de primeiro-ministro. “Nunca houve uma aceitação do cargo, mas apenas uma concordância em continuar a reflexão e finalizá-la em função da decisão que o Senhor Presidente da República tomaria”, esclareceu.
Do lado do BCE, a primeira abordagem sobre este assunto foi de silêncio, chamando a atenção para o “código de conduta que os membros do conselho de governadores do BCE têm de seguir”. O que diz o código? “Espera-se que atuem de forma honesta, independente, imparcial, com discrição e sem levar em conta o interesse próprio”.
A comissão de ética do Banco de Portugal, que é liderada pelo antigo chairman da Caixa Rui Vilar, reúne-se esta segunda de forma extraordinária para avaliar este caso, designadamente eventuais conflitos de interesse ou incompatibilidades.
(Notícia atualizada às 11h36)
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