As tentações segundo Marcelo: da realidade ao deslumbramento

Marcelo Rebelo de Sousa diz que o mérito da actual conjuntura é de todos os portugueses. E deixando recados a Passos e a Costa adiantou que não se deve negar a realidade, nem cair em deslumbramento.

O Presidente da República deixou esta terça-feira vários recados, ao primeiro-ministro António Costa e ao ex-chefe de Governo Pedro Passos Coelho, no discurso de encerramento do 14.º Encontro Nacional da COTEC.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, os tempos têm vindo a confirmar o “que Portugal já sabia”. “Conjunturalmente a nossa economia está a virar, já tínhamos essa intenção há seis meses, mas hoje temos a certeza”. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou na terça-feira que a economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre de 2017 face ao mesmo período do ano passado e, comparando com o trimestre anterior, cresceu 1%.

Mas Marcelo deixou uma alerta: estes números são de todos. “Os portugueses são os grandes ganhadores deste ciclo”. E frisou: há três tentações que devemos evitar.

Para Marcelo Rebelo de Sousa não faz sentido “perder tempo a perceber quem teve o mérito do quê”. Já a segunda grande tentação, segundo o Presidente da República, “é negar a realidade. A vida é assim. E a realidade é boa para todos”.

Já sobre a última tentação, Marcelo avisou que é bom que se evitem os deslumbramentos. “Evitar o deslumbramento, um pequeno pecadilho nacional”. O Presidente da República avisou mesmo que “esse deslumbramento acaba por travar a inovação e a disposição de encarar o futuro”.

Para o Presidente da República mais do que cair em tentação, é importante perguntar como é que possível “transformar problemas conjunturais em estruturais”.

Entre os problemas estruturais, Marcelo falava em problemas como o da natalidade, Justiça, sustentabilidade da Segurança Social e da saúde. “São problemas estruturais que têm a ver com a nossa história, obviamente que existem pelo meio ciclos eleitorais, mas estes passam e as questões estruturais permanecem”.

O Presidente da República congratulou-se também com o facto de existir hoje um consenso nacional à volta da necessidade das finanças públicas sãs, tendo adiantado que essa matéria “já não depende dos estados de espírito de ninguém”.

E a finalizar enalteceu o facto de estar a crescer entre os portugueses um “sentimento de amor próprio”. “Afirmar a autoestima nacional” é um dos papéis do Presidente da República assim como o de colocar “um pequeno travão quando estamos perto do céu, mas sempre sem tirar os pés do chão”.

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