Mário Centeno não quer abandonar a liderança do Banco de Portugal e até pondera um segundo mandato
Apesar das pressões, Mário Centeno pretende concluir o seu mandato com governador do Banco de Portugal até ao verão de 2025, e até pondera um segundo mandato.
Mário Centeno está decidido a levar o seu mandato à frente do Banco de Portugal até, pelo menos, o verão de 2025, quando termina o seu mandato. Nem as recentes polémicas envolvendo o seu nome na substituição de primeiro-ministro à frente do Governo o fazem mudar de ideias.
Segundo o Público, até mesmo aceitar um segundo e último mandato na liderança do Banco de Portugal não é excluído pelo atual governador. No entanto, para isso vai também depender, além da sua vontade pessoal, as intenções do Governo que estará em funções em 2025, dado que o governador e os restantes membros do Conselho de Administração do regulador são designados por resolução do Conselho de Ministros.
Se das eleições de 10 de março de 2024 resultar um governo liderado pelo PSD, a possibilidade de Mário Centeno renovar o seu mandato serão bastante diminutas. Desde logo por os sociais-democratas terem-se oposto ao nome do governador desde o momento que Mário Centeno deixou o ministério das Finanças em junho de 2020 para assumir depois a liderança do Banco de Portugal.
A independência do governador do supervisor bancário tem sido questionada por quase todos os partidos e por vários segmentos da sociedade. E essa onda de críticas fez-se ouvir ainda mais a partir do momento que António Costa revelou que tinha avançado com o nome do governador do Banco de Portugal junto do Presidente da República para lhe suceder à frente do Governo, após apresentar a sua demissão.
Seguiram-se declarações de Centeno ao Financial Times em que revelava que recebeu “um convite do Presidente da República e do primeiro-ministro para refletir e considerar a possibilidade de liderar o Governo”, que foi imediatamente desmentido por Marcelo Rebelo de Sousa. Horas depois, o governador do Banco de Portugal voltou a falar com o FT para corrigir a sua declaração inicial, assumindo ser “inequívoco que o senhor Presidente da República não [o] convidou para chefiar o Governo.
Esta situação levou inclusive a Comissão de Ética do Banco de Portugal a reunir-se para avaliar a conduta governador, que teve como desfecho um parecer que aponta para que o governador “cumpriu os deveres de conduta” na sequência do convite para liderar o Governo, mas alerta para os “danos à imagem” do Banco de Portugal.
Apesar de todos estes episódios e críticas da oposição, Centeno não cede a pressões e reforça a sua intenção de permanecer na liderança do Banco de Portugal nos próximos anos, até pelo menos o fim do seu atual mandato.
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